A relação neutrófilos/linfócitos (NL) e plaquetas / linfócitos (PL) tem sido apontada como indicador de complicações infecciosas após vários procedimentos cirúrgicos. Neste estudo de Heidar el al. o objetivo foi determinar se a razões NL e PL são úteis para prever sepse após biópsia da próstata guiada por ultrassom transretal (TRUS).
Um total de 378 pacientes sem evidência clínica de prostatite foram submetidos à biópsia da próstata guiada por TRUS, de dezembro de 2009 a maio de 2013 no Centro Médico da Universidade de Beirute. Os pacientes incluídos no estudo tinham idade média de 61,3 anos. Um total de 31 pacientes de 378 desenvolveu sepse do trato urinário. Os pacientes sépticos eram relativamente mais jovens que os não sépticos (63,7 ± 6,2 anos vs. 65,6 ± 8,0 anos), respectivamente.
As variáveis pré-biópsia foram comparadas entre pacientes sépticos e não sépticos. A contagem de neutrófilos, linfócitos e plaquetas foi comparável entre os dois grupos. “Quanto à relação NL e PL, os valores médios para pacientes não sépticos foram de 3,1 e 152,8, enquanto para pacientes sépticos, os valores foram de 3,9 e 153,7, respectivamente”, descrevem os autores. A análise mostra que o PSA pré-operatório foi significativamente maior naqueles que tiveram sepse (40,7) versus aqueles sem sepse (11,0) (P = 0,011).
Outra distinção apontada no estudo foi a urina positiva pré-biópsia, significativamente diferente entre os grupos sepse e não sepse (P = 0,011). “A análise multivariada mostrou que a urina no pré-operatório e o PSA pré-operatório foram os únicos preditores de sepse”, concluem os autores, indicando que as relações de NL e PL não foram capazes de prever sepse após biópsia do TRUS.
Referência: Are Inflammatory Markers Useful in Predicting Urinary Tract Infection After Transrectal Ultrasound-Guided Biopsy of the Prostate? - World J Nephrol Urol. 2020;9(1):11-14 - doi: https://doi.org/10.14740/wjnu398