Onconews - Melhorando os resultados do tratamento de idosos com câncer e comorbidades

Para melhorar a sobrevida de idosos com câncer e comorbilidades, o envelhecimento e as comorbilidades devem ser considerados em conjunto e incorporados em todas as etapas da pesquisa em câncer. A recomendação vem de artigo publicado no Journal of the National Cancer Institute (JNCI) que destaca insights de uma série de webinars organizados pelo Instituto Nacional do Câncer (NCI).

“A população americana idosa está aumentando rapidamente e milhões de idosos serão sobreviventes do câncer com comorbidades. Esta população enfrenta desafios específicos em relação ao tratamento e tem necessidades clínicas únicas”, contextualizam os autores.

Para abordar a questão, o Instituto Nacional do Câncer (NCI), em colaboração com o Instituto Nacional do Envelhecimento (NIA), realizou uma série de webinars intitulada “Câncer, Envelhecimento e Comorbidades”. Os encontros se concentraram em cinco áreas temáticas: i) o impacto das comorbidades na tolerância ao tratamento e nos resultados dos pacientes; ii) o impacto das comorbidades no desenho de ensaios clínicos de câncer; iii) o desenvolvimento de dispositivos vestíveis na medição de comorbidades no tratamento do câncer; iv) os efeitos da nutrição e do microbioma na terapia do câncer e; v) o papel da senescência e da senoterapia nas doenças relacionadas com a idade.

“Embora tenham sido feitos avanços nestas áreas, existem muitas lacunas e desafios, e para melhorar a sobrevida do câncer em populações idosas com comorbilidades, o envelhecimento e as comorbilidades devem ser considerados conjuntamente e incorporados em todo o espectro da investigação sobre a doença”, afirmaram os autores.

Entre as recomendações estão mais investigação básica dos mecanismos que ligam as comorbilidades e o desenvolvimento do câncer e a resposta ao tratamento; a construção de recursos e infraestruturas críticas (por exemplo, modelos pré-clínicos e amostras de pacientes); a realização de ensaios clínicos centrados na população idosa; a integração da avaliação geriátrica no tratamento do câncer e a incorporação de novas tecnologias, como dispositivos vestíveis, em ensaios clínicos e no tratamento oncológico.