Os custos do tratamento do câncer e o acesso à assistência oncológica nos Estados Unidos continuam a preocupar. A pesquisa Survivor Views, da American Cancer Society e da Cancer Action Network (ACS CAN) mostra que mais de 70% dos entrevistados fizeram mudanças significativas no estilo de vida para pagar os cuidados, incluindo adiar compras importantes (36%), esgotar a maior parte ou todas as economias (28%), aumentar o endividamento no cartão de crédito (28%) e pedir dinheiro emprestado a parentes e amigos (20%). Onze por cento relataram fazer outro tipo de empréstimo ou refinanciar suas casas para pagar os cuidados.
De acordo com os resultados da Survivor Views, a maioria dos pacientes e sobreviventes não estavam preparados para os custos do tratamento, tanto em termos da capacidade de pagar por eles (54%) quanto em relação à percepção do preço, muito acima do que os pacientes achavam que custaria (64%).
Cerca de metade (51%) dos pacientes pesquisados assumiu dívidas médicas relacionadas ao tratamento do câncer, o que afetou negativamente o crédito de 46% desses pacientes. Entre aqueles com dívidas médicas, 51% têm dívidas superiores a 5 mil dólares e 22% devem mais de 10 mil dólares em razão dos custos com o tratamento.
A análise da ACS CAN do cenário norte-americano mostra profundas desigualdades, indicando que mulheres (57%) foram mais propensas a relatar dívidas médicas do que os homens (36%) e os afro-americanos (62%) foram mais propensos a incorrer em dívidas do que os brancos (52%). Nos estados americanos onde o Medicaid não foi expandido, pacientes foram mais propensos a relatar dívidas médicas (58%) em relação aos estados que expandiram a assistência (49%). No geral, quase três quartos (73%) dos entrevistados na pesquisa Survivor Views estão preocupados com o custo atual ou futuro do tratamento do câncer.
“Os pacientes com câncer estão claramente sofrendo as consequências financeiras de uma doença que é incrivelmente cara para diagnosticar, tratar e sobreviver”, disse Lisa Lacasse, presidente da ACS CAN. “Nenhum paciente deveria ter que zerar suas economias ou fazer um empréstimo com consequências de longo prazo para salvar suas vidas. Precisamos que os legisladores aprovem políticas que tornem os cuidados de saúde mais acessíveis, e precisamos que o façam agora”, enfatizou.
Enquanto quase 8 em cada 10 (78%) pacientes norte-americanos assumiram dívidas médicas durante o tratamento ativo, 52% também incorreram em dívidas no pós-tratamento com custos como triagem contínua, monitoramento, vigilância ou reabilitação e 39% começaram a se endividar no momento do diagnóstico.
A pesquisa envolveu 1.218 pacientes e sobreviventes de câncer e foi realizada de 9 a 23 de fevereiro de 2022.
Referência: https://www.fightcancer.org/sites/default/files/national_documents/survivor_views_cancer_debt_0.pdf