As doenças hepáticas são um problema de saúde sério e crescente em todo o mundo e impõem um fardo significativo aos sistemas de saúde. Artigo no Lancet Regional Health Americas mostra que a mortalidade por câncer de fígado cresce em todas as regiões brasileiras e é a causa mais comum de morte por doenças hepáticas nas regiões Sudeste, Sul e Norte.
Aproximadamente 2 milhões de mortes por ano em todo o mundo podem ser atribuídas a doenças hepáticas, representando globalmente 4% de todas as mortes. Neste artigo, os pesquisadores descrevem as causas mais comuns de morte por doença hepática no Brasil no período de 1996 a 2020. A partir de dados coletados na plataforma DATASUS, a análise revela que o câncer de fígado e a doença hepática alcoólica tornaram-se as causas mais comum de morte por doença hepática, com importantes diferenças regionais.
O perfil por sexo mostra que os homens foram mais afetados por doenças hepáticas associadas ao álcool, enquanto as mulheres foram mais afetadas pelo câncer de fígado. Em relação à etnia, nos últimos quinze anos as populações asiáticas e negras foram mais afetadas por doenças hepáticas associadas ao álcool, enquanto a população branca, nos últimos cinco anos, foi mais afetada por câncer de fígado.
“Nosso estudo contribui como um pré-requisito necessário para o desenvolvimento de políticas públicas e políticas de saúde destinadas a mitigar a carga crescente das doenças hepáticas em populações e regiões específicas”, destacam os autores.
O trabalho tem como primeiro autor o pesquisador João Sérgio Fonseca Guimarães, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e conta com a participação de Jordana Almeida Mesquita (UFMG), Thais Yuki Kimura (UFMG), Ana Luíza Matos Oliveira (Commission for Latin America and the Caribbean - ECLAC), M. Fatima Leite (UFMG) e André Gustavo Oliveira (UFMG).
Referência: https://doi.org/10. 1016/j.lana.2024. 100731