Mulheres obesas têm um risco cerca de 40% maior de desenvolver câncer durante a vida do que as mulheres com peso saudável, de acordo com novos números divulgados pelo Cancer Research UK.
A obesidade aumenta o risco de uma mulher desenvolver pelo menos sete tipos de câncer - intestino, mama pós-menopausa, vesícula biliar, útero, rim, pâncreas e câncer esofágico
Segundo as estatísticas, em um grupo de 1.000 mulheres obesas, 274 serão diagnosticados com um câncer ligado ao peso corporal, em comparação com 194 mulheres diagnosticadas em um grupo de 1.000 mulheres de peso saudável.
Cerca de um quarto das mulheres do Reino Unido estão obesas*, o que as coloca em um risco maior de câncer. Existem diferentes maneiras da obesidade aumentar o risco de câncer, e uma possibilidade é sua ligação à produção de hormônios, especialmente o estrogênio. No Reino Unido, estima-se que 18 mil mulheres desenvolvam câncer como resultado de excesso de peso ou obesidade cada ano**.
Métodos
O cálculo foi realizado pela Equipe de Informação estatística do Cancer Research UK, em fevereiro de 2015, com base nos riscos de câncer entre 2009 e 2011 no Reino Unido, na proporção de mulheres com sobrepeso e obesas com mais de 16 anos entre 2011 e 2013 no país, e no estudo de Parkin DM, Boyd L sobre os cânceres atribuíveis ao excesso de peso e obesidade no Reino Unido em 2010 (Br J Cancer 2011;105(S2):S34-S37).
O estudo de Parkin avalia o risco associado com o excesso de peso (IMC 25 <30 kg m-2) e obesidade (IMC 30+ kg m-2), em relação a um IMC≤25 kg m-2, para os sete tipos de câncer citados acima.
Segundo os autores, a lista dos tipos de câncer relacionados com excesso de massa corporal (sobrepeso e obesidade) é conservadora. Corresponde aos consensos da International Agency for Research on Cancer(IARC, 2002) e do World Cancer Research Fund(WCRF, 2007). Outros estudos identificaram um grande número de outros tipos de câncer associados ao excesso de massa corporal.
Para o câncer de mama na pós-menopausa, o WCRF informou que o risco foi 8% maior para o aumento de 5 kg m-2 do IMC em estudos de coorte (17 considerados) e 13% ao aumento de 5 kg m-2do IMC em estudos de caso-controle (48 considerados). As estimativas das meta-análises de Bergstrom et al (2001) e Renehan et al (2008) foram quase idênticas (12% por aumento do IMC de 5 kg m-2).
Na meta-análise de estudos prospectivos (estudos de coorte e ensaios clínicos) por Renehanet al (2008), houve uma associação positiva, estatisticamente significativa,entre o IMC e o câncer de tireóide, leucemia, melanoma maligno (só homens), linfoma não-Hodgkin e mieloma múltiplo.
Outros estudos relataram associações significativas com câncer de próstata (Bergstrom et al, 2001), ovário (Reeveset al, 2007; Schouten et al, 2008; Lahmann et al, 2010) e cérebro (Benson et al, 2008), bem como fígado (Larsson e Wolk, 2007) e cárdia (Calle e Kaaks, 2004).
Referências:
* http://www.cancerresearchuk.org/cancer-info/cancerstats/causes/overweight-obesity-statistics/#by
** http://www.cancerresearchuk.org/cancer-info/cancerstats/causes/preventable/
- based on Parkin DM, Boyd L.
Cancers attributable to overweight and obesity in the UK in 2010