A taxa de sobrevida a longo prazo de pacientes diagnosticados com câncer de pulmão continua a aumentar, exigindo pesquisas adicionais para entender a melhor forma de apoiar esta população de pacientes. Um estudo apresentado no WCLC 2018, em Toronto, Canadá, sugere que além dos impactos físicos, os efeitos emocionais como estigma e ansiedade também representam uma questão importante para os sobreviventes de longo prazo de câncer de pulmão.
A Lung Cancer Alliance (LCA) conduziu um survey online de 122 perguntas sobre tratamento e história de tabagismo dos entrevistados. Dos 820 participantes, 471 se identificaram como pacientes com câncer de pulmão ou sobreviventes, e 349 como cuidadores ou parentes de pacientes ou sobreviventes de câncer de pulmão. 21% dos sobreviventes entrevistados indicaram que são sobreviventes a longo prazo, diagnosticados a cinco ou mais anos. Além de identificar os efeitos colaterais experimentados durante o tratamento, os sobreviventes de longo prazo identificaram os efeitos mais problemáticos da doença no período de cinco ou mais anos após o diagnóstico.
Os dados mostraram que 74% dos sobreviventes a longo prazo foram submetidos a cirurgia, 43% apresentaram recidiva da doença e 5% participaram de um ensaio clínico. Os sintomas tardios mais comuns e a longo prazo incluem falta de ar (39%), fadiga (28%), memória recente (27%) e ansiedade (25%).
“Sintomas como falta de ar e fadiga são apenas alguns dos efeitos colaterais físicos que podem ocorrer durante e após o tratamento. Emocionalmente, o estigma e a ansiedade do câncer de pulmão não se encerram ao final do tratamento”, observou Maureen Rigney, assistente social e Diretora de Iniciativas de Apoio da Lung Cancer Alliance, que apresentou os achados. “Em resposta aos dados da pesquisa, a Lung Cancer Alliance criou uma série de seminários online para abordar os sintomas mais comuns e desafiadores associados ao período durante e pós-tratamento”, concluiu.