Resultados reportados na New England Journal of Medicine com dados de longo prazo do NELSON trial mostram que a triagem tomográfica em indivíduos de alto risco diminui a mortalidade por câncer de pulmão, além de permitir a detecção da doença em estágios mais precoces em relação aos controles.
Existem dados limitados sobre triagem tomográfica (TC) e seu potencial de reduzir a mortalidade por câncer de pulmão entre ex-fumantes e fumantes atuais. Agora, artigo de Koning HJ et al. publicado 29 de janeiro na NEJM apresenta resultados de longo prazo do NELSON trial.
Neste estudo, um total de 13.195 homens (análise primária) e 2594 mulheres (análise de subgrupos) entre 50 e 74 anos foram randomizados para triagem por TC, considerando o baseline (T0) e após o período de 1 ano, 3 anos e 5 anos, ou para nenhuma triagem. Um acompanhamento mínimo de 10 anos até 31 de dezembro de 2015 foi concluído para todos os participantes.
Resultados
Entre os homens, a adesão à triagem por TC foi de 90,0%. Em média, 9,2% dos participantes rastreados realizaram pelo menos uma tomografia computadorizada adicional. O índice de referência geral para nódulos suspeitos foi de 2,1%. Aos 10 anos de acompanhamento, a incidência de câncer de pulmão foi de 5,58 casos por 1.000 pessoas no grupo de triagem e de 4,91 casos por 1.000 pessoas no grupo-controle.
Em relação à mortalidade por câncer de pulmão, os resultados de longo prazo indicam 2,50 mortes por 1.000 pessoas-ano e 3,30 mortes por 1.000 pessoas-ano para o grupo de triagem e grupo-controle, respectivamente. A taxa acumulada de morte por câncer de pulmão aos 10 anos foi de 0,76 no grupo de triagem (intervalo de confiança de 95% [IC], 0,61 a 0,94; P = 0,01) em comparação com o grupo-controle, semelhante aos valores nos anos 8 e 9. Entre as mulheres, as taxas foram de 0,67 (IC 95%, 0,38 a 1,14) aos 10 anos de acompanhamento, com valores de 0,41 a 0,52 nos anos 7 a 9.
Diante desses achados, os autores concluem que a mortalidade por câncer de pulmão foi menor entre indivíduos submetidos à triagem tomográfica na comparação com aqueles não rastreados.
Referência: Koning HJ, et al. N Engl J Med. 2020;doi:10.1056/NEJMoa1911793