Um novo estudo genômico integrado ao The Cancer Genome Atlas (TCGA) identificou alterações genéticas que distinguem os dois subtipos mais comuns de câncer de esôfago – o adenocarcinoma esofágico ou carcinoma esofágico de células escamosas. Os resultados publicados na Nature dia 4 de janeiro sugerem que agrupar os cânceres esofágicos com base nos seus alicerces moleculares pode conduzir a melhores métodos de prevenção, diagnóstico e tratamento.
Segundo os pesquisadores, os dois subtipos são doenças distintas que não devem ser combinadas em ensaios clínicos e podem se beneficiar de um sistema molecular de classificação.
Frequentemente são encontrados tumores do esôfago difíceis de definir porque são semelhantes em aparência e comportamento com o câncer de cabeça e pescoço ou câncer de estômago. Para compreender melhor a distinção entre o câncer de esôfago e outros tumores de anatomia relacionada, os autores compararam as alterações genômicas de 164 cânceres esofágicos com 359 cânceres do estômago e 275 cânceres de cabeça e pescoço.
Os pesquisadores observaram que os cânceres esofágicos de células escamosas compartilham mais características comuns com carcinomas de células escamosas de cabeça e pescoço do que com adenocarcinomas esofágicos. Curiosamente, os carcinomas esofágicos de células escamosas foram particularmente semelhantes aos carcinomas de células escamosas de cabeça e pescoço que não resultam da infecção pelo HPV.
Na comparação do adenocarcinoma esofágico com o câncer de estômago, os pesquisadores notaram uma semelhança impressionante entre os adenocarcinomas esofágicos e um subtipo de câncer de estômago caracterizado por instabilidade cromossômica, denominado subtipo CIN.
Cânceres do estômago CIN, descritos em um estudo de 2014 do TCGA, foram encontrados na região do estômago mais próximo do esôfago. Embora os autores tenham observado que os adenocarcinomas esofágicos apresentam uma instabilidade cromossômica ligeiramente menor do que os cânceres do estômago CIN, eles determinaram que esses dois tipos de câncer formam um grupo distinto quando comparados com cânceres semelhantes e que as análises genômicas não poderiam separá-los definitivamente em grupos.
Além disso, o estudo encontrou alterações genômicas que podem representar alvos efetivos para terapia, incluindo alterações de genes do ciclo celular e a alteração de ERBB2 em um terço dos adenocarcinomas esofágicos estudados, que podem ser tratados com inibidores de seu produto protéico, HER2.