Medir a quantidade de certos fragmentos de proteínas e microRNAs presentes no sangue e no tecido mamário de uma mulher pode permitir o diagnóstico precoce de câncer de mama ou predizer o risco de metástases. É essa a conclusão de dois novos estudos publicados na Clinical Chemistry (2014; 60(1):233-242 e 197-205), que discutem novos e promissores biomarcadores.
Testes com biomarcadores biológicos poderiam aumentar as taxas de sobrevida por câncer de mama, com resultados superiores aos do atual método de rastreamento por mamografia.
Uma equipe de pesquisadores liderada por Ye Hu, do Weill Cornell Medical College descobriu vários novos biomarcadores que poderiam revolucionar a forma como o câncer de mama é diagnosticado. Em seu artigo, os pesquisadores mostram que os níveis da enzima carboxipeptidase N (CPN) são mais elevados no tecido de câncer de mama do que em tecidos saudáveis. Esta enzima produz seis fragmentos de proteínas ou peptídeos, que entram na corrente sanguínea. A equipe de Hu descobriu que um aumento da concentração dos seis peptídeos no sangue se correlaciona fortemente com o aumento do CPN, que por sua vez indica a presença de câncer de mama.
"Nossos resultados representam uma primeira demonstração da atividade do CPN em tumores. Esses biomarcadores mostram um forte potencial para o diagnóstico não-invasivo e precoce do câncer de mama, que permite detectar o tumor antes de metástase, e talvez até mesmo antes que o tumor se apresenta com todas as características comumente observadas na clínica. "
Outra equipe de investigação, liderada por Evi Lianidou, da Universidade de Atenas, investigou o papel dos microRNAs (miRNAs) no processo de metástase e descobriu que pacientes com câncer de mama que tiveram recaídas rápidas tendem a ter no tecido tumoral níveis altos e baixos de microRNAs miR-21 e miR-205, respectivamente. A equipe também descobriu uma correlação entre baixos níveis de miR -205 e redução da sobrevida global.
Como resultado, os estudos demonstram que testes para analisar miRNAs e peptídeos CPN em pacientes iniciais ou potenciais de câncer de mama podem garantir diagnósticos mais precoces e tratamentos preventivos.