Na oncogenética, o novo rol da ANS incorporou o exame de mutação do gene N-RAS (com diretriz de utilização) para embasar a seleção terapêutica de pacientes, além de ampliar as indicações para diagnóstico e tratamento de 16 síndromes genéticas, incluindo a síndrome de Li-Fraumeni e a síndrome do câncer gástrico difuso hereditário.
“É um grande avanço a possibilidade de testes para uma mutação específica no gene TP53, que causa a síndrome de Li-Fraumeni. Em geral, a média de idade do câncer de mama em Li-Fraumeni é em torno dos 25 anos, enquanto o câncer de mama associado ao BRCA1 e BRCA2 acontece aos 35 anos, em média, e o câncer de mama esporádico aos 50 anos. A idade é um fator que deve alertar os oncologistas para encaminhar o paciente ao oncogeneticista”, afirma José Cláudio Casali da Rocha (foto), oncogeneticista do Grupo COI e do Hospital Erasto Gaertner, em Curitiba.
Casali comemora ainda o fato de que mulheres com câncer de ovário em qualquer idade tenham acesso aos testes de BRCA1 e BRCA2. “Isso é incrível porque sabemos que 15% dos casos de câncer de ovário são hereditários e apresentam mutação nos genes BRCA 1 e BRCA2, número que chega a 24% em alguns países”.
Para o especialista, ainda é preciso descobrir uma fórmula para aumentar o acesso dos pacientes do SUS aos serviços de oncogenética. “O SUS ainda está muito pouco amparado. Falamos de inclusão social, ide nclusão digital e precisamos também ter um programa de inclusão genética”, ressalta Casali, que cita o Hospital do Câncer de Barretos como um exemplo bem-sucedido a ser seguido. “Em Barretos os testes genéticos são oferecidos de rotina para a população do sistema público de saúde. É um exemplo que precisamos seguir através das parcerias público-privadas, de leis que dão subsídios à pesquisa e de entidades filantrópicas que possam aplicar no PRONON”.
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