Gustavo Werutsky e Fernando Meton Câmara Vieira coordenaram o módulo de pesquisa clínica durante a 19ª edição da SBOC. A agenda do encontro refletiu a pluralidade de temas em torno de um debate que há tempos tem se mantido aquecido, polarizado de um lado com promessas de mudanças no sistema CEP/CONEP, de outro com o Projeto de Lei do Senado (PL 200) que se propõe a apontar caminhos para a pesquisa brasileira.
Em meio a um cenário de dificuldades, que faz o Brasil amargar a tímida participação de 1% no consolidado da pesquisa clínica mundial, especialistas brasileiros debateram em Foz do Iguaçu questões centrais para a condução de ensaios clínicos, como a responsabilidade do patrocinador e do pesquisador, sem deixar de lado as boas práticas clínicas.
Greyce Lousana, da Sociedade Brasileira de Profissionais em Pesquisa Clínica, encerrou a mesa com um convite à reflexão. “Até hoje, temos ouvido críticas sobre os prazos regulatórios, mas na hora em que o prazo deixar de ser problema, vamos escancarar a nossa incompetência em conduzir pesquisa. Os centros não estão preparados e as indústrias não serão rápidas o suficiente para iniciar os estudos. Por que não se faz Fase I? Porque de verdade ninguém sabe fazer, praticamente não existe nem centro pré- clínico no Brasil. Tinha o Royal, que foi invadido. Sobram bem poucos. Quem sabe fazer teste de genotoxicidade, de toxicidade aguda ou teste de letalidade? Quem trabalha com estudo in silico no Brasil?”, indaga a pesquisadora. Sem dúvida, é tempo de pensar no assunto.
Mais sobre Pesquisa Clínica: Desafios da pesquisa clínica
Desafios e perspectivas da pesquisa clínica brasileira