A oncologia clínica e a cirurgia oncológica, antes consideradas como áreas da cancerologia, finalmente foram reconhecidas como especialidades médicas no Brasil. A resolução nº 2.162 do Conselho Federal de Medicina (CFM) foi publicada dia 17 de julho no Diário Oficial da União. “Este é um caminho que a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica vem trilhando desde a sua fundação, portanto, esta decisão é motivo de comemoração para a oncologia brasileira”, afirma o cirurgião oncológico Felipe Coimbra (foto), presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).
“Agora teremos uma melhor representação da oncologia cirúrgica e clínica no país, reconhecimento pelos planos de saúde e assento nas principais instâncias da medicina brasileira”, acrescenta.
A decisão já havia sido aprovada por unanimidade pelo Conselho Científico da Associação Médica Brasileira (AMB). A publicação homologa a Portaria nº 1/2017 da Comissão Mista de Especialidades, formada pelo próprio CFM, pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pela Comissão Nacional de Residência Médica, vinculada ao Ministério da Educação. A cancerologia não consta mais na lista oficial da Comissão Mista de Especialidades. A Oncologia Pediátrica se tornou uma área de atuação da Oncologia Clínica. Com a decisão, agora são 55 especialidades médicas reconhecidas no país, e 59 áreas de atuação.
Segundo Coimbra, com o reconhecimento da cirurgia oncológica e da oncologia clínica como especialidades médicas, os pacientes serão os principais beneficiados, uma vez que os especialistas nesta área serão facilmente reconhecidos pelo público leigo, mas também por outros profissionais da saúde. “Havia um certo desconhecimento do público quanto a existência deste especialista que tem uma das maiores formações em cirurgia e oncologia, pois para poder ser reconhecido como tal, precisa de no mínimo 6 anos de formação médica, dois anos de cirurgia geral e três anos de cirurgia oncológica”, diz
Para o especialista, o reconhecimento pode ter um impacto positivo na formação de novos profissionais, cursos de graduação e residências médicas. “O reconhecimento da especialidade reforça a necessidade de constante atualização destes profissionais diante do aumento da incidência dos casos de câncer no mundo, assim como o desenvolvimento da oncologia como um todo. Torna-se fundamental, portanto, a extensão da especialidade para a graduação, onde devem ser ensinados princípios básicos da oncologia, assim como a constante atualização das diversas especialidades envolvidas no tratamento do câncer”, conclui.