A Pfizer tem bons motivos para alimentar expectativas com o palbociclibe no cenário de primeira linha no câncer de mama estrogênio receptor positivo, HER2 negativo, em combinação com o letrozol. O esquema é recomendado para pacientes que não receberam tratamento sistêmico anterior para a doença avançada e obteve do FDA a recomendação de revisão prioritária.
“Essa molécula é uma inovação não só em termos do resultado positivo, porque foi superior ao inibidor de aromatase isoladamente, mas pelo mecanismo de ação”, destaca Eurico Correia, diretor médico da Pfizer Brasil. “O que você tem hoje no câncer de mama e em diferentes tumores sólidos são várias frentes de trabalho em pesquisa procurando atingir determinados receptores. A medicina de precisão é a grande tendência da oncologia hoje”, diz.
O palbociclibe é uma droga-alvo que inibe seletivamente quinases dependentes de ciclina (CDK4 e CDK6), o que possibilita recuperar o controle do ciclo celular e bloquear a proliferação de células tumorais.
No estudo PALOMA-1, oagente palbociclibe foi usado na dose de 125mg uma vez por dia, em ciclos repetidos, na combinação com o letrozol. Como braço de comparação foi usado o letrozol na dose de 2,5 mg uma vez por dia, em regime contínuo. Os dados mostraram a superioridade do esquema com palbociclibe, alcançando sobrevida livre de progressão de 20,2 meses versus 10,2 meses no grupo controle (P =.0004).
Outro aspecto da inovação do palbociclibe é atender a um subgrupo de pacientes sem outras opções de tratamento. “É um agente que foi designado pelo FDA como terapia inovadora, justamente por atender um vazio de assistência”, acrescenta Correia.
Depois da boa notícia no mercado norte-americano, é hora de saber se a novidade deve chegar por aqui. “No momento, estamos reunindo os dados necessários para montar essa documentação e a partir daí vamos nos alinhar com a matriz para submeter esse dossiê à Anvisa. Posso garantir que isso vai ser feito no menor prazo possível”, sinaliza o diretor médico da Pfizer Brasil.