Estudo que investigou a associação entre genômica e câncer de mama em 122.977 casos e 105.974 controles de ascendência europeia e em 14.068 casos e 13.104 controles de ascendência do leste asiático apresentou resultados inéditos em artigo publicado na Nature, identificando 65 novos loci associados ao câncer de mama em P <5 × 10-8. Os resultados do estudo fornecem uma visão mais profunda sobre a suscetibilidade genética ao câncer de mama, com dados que devem melhorar a classificação do risco genético e permitir estratégias individualizadas de triagem e prevenção.
O risco de câncer de mama é influenciado por variantes raras em genes de predisposição, como BRCA1 e muitas variantes comuns, principalmente não codificantes. No entanto, grande parte da contribuição genética para o risco de câncer de mama permanece desconhecida.
Agora, os achados do estudo indicam que a hereditariedade do câncer de mama decorrente de polimorfismos de nucleotídeos únicos (SNPs) foi 2-5 vezes superior em relação à média do genoma.
Os pesquisadores genotiparam 61,282 mulheres com câncer de mama e 45,494 casos-controle de ascendência europeia usando OncoArray. Através de 68 estudos da Breast Cancer Association, o estudo buscou um painel de referência para avaliar genótipos considerando aproximadamente 21 milhões de variantes. Os alelos com frequência inferior a 0,5% foram considerados na pontuação inferior a 0,3, em uma avaliação que considerou 11,8 milhões de polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs).
Os resultados encontrados foram combinados com os resultados do estudo oncológico colaborativo (Collaborative Oncological Gene-environment Study -ICOGS), com 46,785 casos e 42.892 controles, além da comparação com outros 11 genomas de câncer de mama, usando dados de meta-análise (GWAS, 14.910 casos e 17.588 controles).
Dos 102 loci que já foram associados ao câncer de mama na população europeia, 49, mostraram evidências de associação com câncer de mama no conjunto de dados do OncoArray em P <5 × 10-8 e 94 em P <0,05. Cinco loci adicionais anteriormente associados ao câncer de mama em mulheres asiáticas também mostraram evidências na ascendência europeia.
Em asiáticos, o estudo incluiu 7.799 casos e 6.480 controles do projeto OncoArray e 6.269 casos e 6,624 controles do projeto iCOGS. Dos 94 loci que tinham anteriormente sido identificados em europeus e que eram polimórficos na população asiática, 50 apresentaram evidência de associação com câncer de mama (P <0,05). Os 44 restantes não mostraram diferença significativa para o risco global de câncer de mama entre europeus e asiáticos (P> 0,01).
Referências: Association analysis identifies 65 new breast cancer risk loci - Nature (2017) doi:10.1038/nature24284
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