Diversos estudos têm investigado a imunoterapia de células CAR-T para cânceres hematológicos. Agora, pesquisadores da City of Hope buscam estender essa abordagem terapêutica também para o tratamento de tumores sólidos, em um ensaio clínico que utiliza as próprias células T modificadas dos pacientes para combater tumores cerebrais avançados.
As células T são células do sistema imune que reconhecem ameaças ao corpo e em seguida armam um ataque. Como o câncer pode se esconder do sistema imunológico, a terapia celular CAR-T modifica células T de um paciente para reconhecer as células cancerosas. Uma amostra de células T do paciente é extraída e, em seguida, geneticamente modificada para reconhecer receptores em células cancerosas.
Neste primeiro estudo em humanos, os doentes com tumores cerebrais avançados receberão injeções de células imunológicas geneticamente modificadas diretamente no local do tumor para reconhecer certos marcadores de células cancerosas. “Os dados de nossos estudos pré-clínicos mostraram que este tratamento tem potencial para ser mais efetivo e duradouro do que tentativas anteriores de imunoterapia para o câncer de cérebro", disse Badie Benham, chefe de neurocirurgia no City of Hope. “Isso pode levar o tratamento de tumores cerebrais para um próximo nível, e abrir uma nova via de tratamento”, acrescentou.
A terapia será avaliada em pacientes com glioblastomas inoperáveis e gliomas avançados, além daqueles que tiveram seus tumores removidos cirurgicamente. O objetivo é determinar uma dose terapêutica segura.
O estudo vai utilizar um tipo de célula T conhecido como células T de memória, o que significa que elas se replicam no organismo e "lembram" as doenças que combateram anteriormente. A esperança é que o sistema imunológico ataque o câncer existente e faça o mesmo em caso de recorrência.
A pesquisa está sendo financiada através de doações do California Institute of Regenerative Medicine e a Gateway for Cancer Research Foundation.