Onconews - Qualidade de vida no estudo AURELIA

Pacientes com câncer de ovário resistentes à terapia com platina foram aleatoriamente agrupadas para receber quimioterapia isolada (CT), ou com a adição de bevacizumabe (BEV -CT) e a reportar sua avaliação. Este foi o objetivo secundário do estudo AURÉLIA, que apresentou seus resultados em artigo publicado no Journal of Clinical Oncology (vol. 32, nº 13). 

A investigação, liderada por Martin R. Stockler, da universidade de Sydnei, Austrália, empregou o questionário de Qualidade de Vida da EORTC, através do módulo de câncer de ovário (EORTC QLQ- OV28) e a Avaliação Funcional do índice FOSI (Ovarian Symptom Index). Os questionários foram aplicados no início do estudo e a cada dois ou três ciclos de tratamento (8/9 semanas), até a progressão da doença.

Os resultados mostram que a hipótese inicial previa que um número maior de pacientes se beneficiaria com a adição de bevacizumabe ao esquema de quimioterapia, alcançando no mínimo 15% (≥ 15 pontos) de melhoria absoluta no critério QLQ-OV28, na subescala de sintomas gastrointestinais (itens 31-36), ao final do período de tratamento.

Os resultados da avaliação inicial (baseline) foram reportados por 89% dos 361 pacientes e favoreceram o esquema com adição de bevacizumabe. Mais pacientes do grupo BEV-CT tiveram ganhos acima dos ≥ 15% no alívio dos sintomas gastrointestinais ao final dos ciclos de tratamento (8/9 semanas) e a diferença em relação à avaliação inicial foi de 12,7% (21.9% versus 9.3%; 95% CI, 4.4 to 20.9; P = .002).

No índice FOSI, a superioridade do esquema BEV-CT novamente ficou estabelecida (12,2% versus 3,1%, diferença de 9,0% , IC 95 % , 2,9 % e 15,2% , P = 0,003)

A metodologia empregou a análise MMRM, o modelo misto para medidas repetidas (MMRM mixed-model repeated measures). A análise MMRM também mostrou vantagens para a terapia com bevacizumabe (diferença de 6,4 pontos, 95% CI, 1,3-11,6, P = 0,015).

Em conclusão, a adição de bevacizumabe ao esquema padrão de quimioterapia melhora a qualidade de vida das pacientes com câncer de ovário resistente à platina.

Referência: http://jco.ascopubs.org