O estudo CRITICS, de Fase III, mostrou que a quimiorradioterapia após a cirurgia para câncer gástrico teve resultados semelhantes à quimioterapia pós-operatória. O trabalho foi apresentado na ESMO, no 18º Congresso Mundial de Câncer Gastrointestinal, e os dados finais não demonstraram diferença significativa na sobrevida global entre os regimes avaliados.
A quimioterapia peri-operatória é o atual padrão de tratamento para câncer gástrico, mas estudos anteriores sugeriam que a quimiorradioterapia pós-operatória poderia trazer benefícios. "A lógica da quimiorradioterapia em pacientes tratados com quimioterapia neoadjuvante é combinar o tratamento sistêmico e loco-regional para reduzir o risco de doença recorrente e melhorar os resultados", disse Marcel Verheij, do Instituto de Câncer Holandês, primeiro autor do estudo.
Neste ensaio de fase III, 788 pacientes com câncer gástrico ressecável estágio Ib-IVa foram randomizados 1:1 para receber quimiorradioterapia pós-operatória ou mais três cursos do mesmo regime de quimioterapia recebido na neoadjuvância, com epirrubicina, um composto de platina (cisplatina ou oxaliplatina) e capecitabina.
Após a cirurgia, os pacientes randomizados para o braço de quimiorradioterapia receberam 45 Gy em 25 frações combinadas com cisplatina semanal e capecitabina diária.
Em 5 anos, a taxa de sobrevida foi de 40,8% no braço de quimioterapia e 40,9% no braço tratado com quimiorradioterapia, mostrando equivalência entre as duas opções de tratamento (p=0.99).
Houve maior incidência de eventos adversos hematológicos grau 3 ou superiores no braço de quimioterapia (44% v 34%), mas uma incidência de eventos adversos gastrointestinais superior foi observada no braço quimiorradioterapia (42% v 37%; %; p=0.14).
Referência: LBA02 - A multicenter randomized phase III trial of neo-adjuvant chemotherapy followed by surgery and chemotherapy or by surgery and chemoradiotherapy in resectable gastric cancer: First results from the CRITICS study- Marcel Verheij et al