Estudo de coorte nacional mostrou menores riscos de cirrose e carcinoma hepatocelular com o uso de agonistas do receptor do peptídeo 1 semelhante ao glucagon (GLP-1RAs) versus insulinas de ação prolongada (LAIs) no diabetes tipo 2 (DM2). Os resultados foram relatados no Journal of Internal Medicine.
Nesta análise, Yang et al. buscaram avaliar a associação entre cirrose e carcinoma hepatocelular (CHC) com o uso de GLP-1RAs versus LAIs, que são os dois agentes redutores de glicose injetáveis (GLAs) comumente prescritos para pacientes com diabetes tipo 2 (DM2), após falha de múltiplos GLAs orais.
Os pesquisadores usaram dados nacionais de uma coorte taiwanesa com DM2. Foram identificados novos usuários de GLP-1RAs e LAIs durante 2013–2018. A correspondência do escore de propensão foi aplicada para garantir a comparabilidade entre os grupos nas características iniciais dos pacientes. O endpoint primário foi a doença hepática, incluindo cirrose ou CHC. Cada paciente foi acompanhado até 2019 ou morte. Modelos de risco foram empregados para avaliar a associação tratamento-resultado. Análises de controle negativo foram realizadas para examinar a robustez dos resultados do estudo.
Foram inscritos 7.171 pares de usuários de GLP-1RA e LAI pareados por escore de propensão, sem diferenças significativas entre os grupos no início do estudo. Em comparação com LAIs, o uso de GLP-1RAs foi associado a riscos significativamente reduzidos de doença hepática composta (razão de risco de subdistribuição [intervalo de confiança de 95%]: 0,56 [0,42–0,76]) para cirrose (0,59 [0,43–0,81]) e CHC (0,47 [0,24–0,93]).
Yang a colegas destacam que os resultados foram consistentes em todas as análises de sensibilidade e entre pacientes com diferentes características basais.
Em conclusão, em pacientes com DM2 que necessitam de GLAs injetáveis, o uso de GLP-1RAs versus LAIs foi associado a menores riscos de cirrose e de carcinoma hepatocelular.
Referência: https://doi.org/10.1111/joim.13751