Fabio Ynoe Moraes (foto) é primeiro autor de metanálise que prova a segurança e eficácia da radioterapia estereotáxica corporal (SBRT na sigla em inglês) para pacientes com metástases ósseas não espinhais. Os resultados mostram que complicações graves (grau 3) são pouco frequentes e alertam para a importância de uma consideração cuidadosa do volume alvo.
Nesta revisão sistemática e meta-análise, Moraes e colegas avaliaram os resultados do tratamento com SBRT em metástases ósseas não espinhais, a partir de estudos elegíveis recuperados do Medline, Embase, Scielo, Biblioteca Cochrane e anais de congressos realizados até 6 de julho de 2023. Foram consideradas as recomendações das diretrizes PRISMA e MOOSE. A síntese quantitativa foi realizada utilizando modelo de efeitos aleatórios.
A revisão incluiu sete estudos retrospectivos, com um total de 807 pacientes (1.048 lesões) tratados com SBRT, com seguimento mediano variando de 7,6 a 26,5 meses. Os locais de radioterapia corporal estereotáxica mais comuns foram pelve (39,2%), costelas (25,8%), fêmur (16,7%) e região do úmero/ombro (8,7%).
Em 1 ano, a ocorrência de falha local (LF) e a taxa de fratura óssea (FR) foram de 7% (IC95% 5,5-8,5%; I2=0, n= 75/1048) e 5,3% (IC95% 3-7,5%; I2=0, n= 65/1010), respectivamente. A incidência cumulativa de LF em 2 anos foi de 12,1% (IC 95%: 10-15,5%). A sobrevida global (SG) e a sobrevida livre de progressão (SLP) em 1 ano foram respectivamente de 82% (IC95% 75-88%; I2=82%, n= 746/867) e 33,5% (IC95% 26-41%; I2=0%, n = 51/152), com mediana de 20,2 meses (IC 95%: 10,9–49,1 meses) e 8,3 meses (IC 95%: 6,3-10,3%), respectivamente. A análise de meta-regressão revelou relação significativa entre o volume alvo de planejamento e a taxa de fratura (p<0,05). Costelas, 2,5%, seguidas de fêmur, 1,9% (IC95%:0-6,1%), foram os locais de fratura mais comuns. A ocorrência de exacerbação de dor, fadiga e dermatite foi de 7%, 5,4% e 0,65%, respectivamente.
“A radioterapia estereotáxica corporal prova segurança e eficácia para metástases ósseas não espinhais e complicações graves (grau 3) são pouco frequentes. A consideração cuidadosa do volume alvo é crucial devido à sua ligação com um maior risco de fratura”, concluem os autores.
Além de Fábio Ynoe Moraes, o estudo tem participação de André Guimaraes Gouveia, Gustavo Nader Marta, Theodoros Tsakiridis, Michael Yan e Gustavo Arruda Viani.
Referência: Published:January 18, 2024. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ijrobp.2023.12.045