A inatividade física após o tratamento oncológico pode aumentar o risco de acidente vascular cerebral isquêmico em sobreviventes do câncer, mostra estudo de Jung et al. publicado na Cancer.
Neste estudo, o objetivo dos pesquisadores foi investigar a associação entre a mudança de atividade física do pré para o pós-diagnóstico e o risco de acidente vascular cerebral isquêmico entre sobreviventes de câncer.
Jung e colegas usaram o banco de dados do Serviço Nacional de Seguro de Saúde da Coreia, envolvendo 269.943 sobreviventes de câncer (idade média [DP], 56,3 [12,1] anos; 45,7% do sexo masculino) sem histórico de doença cardiovascular, avaliados com base em mudanças na atividade física do pré ao pós-diagnóstico. Utilizando o modelo Fine-Gray, foram calculadas razões de risco de subdistribuição (sHR) e intervalos de confiança (IC) de 95% para risco de acidente vascular cerebral isquêmico, considerando a morte como um risco concorrente.
Os resultados publicados no periódico da American Cancer Society mostram que após o diagnóstico de câncer, 62,0% permaneceram inativos, 10,1% permaneceram ativos, 16,6% tornaram-se ativos e 11,4% tornaram-se inativos. Em um seguimento mediano (DP) de 4,1 (2,0) anos, estar ativo antes e depois do diagnóstico foi associado a uma diminuição de 15% no risco de acidente vascular cerebral isquêmico (sHR, 0,85; IC 95%, 0,75–0,96), em comparação com aqueles que permaneceram inativos. Sobreviventes de câncer que se tornaram ativos e inativos após o diagnóstico apresentaram risco de acidente vascular cerebral isquêmico 16% e 11% menor (sHR, 0,84; IC 95%, 0,75–0,93; sHR, 0,89; IC 95%, 0,79–0,99), respectivamente, do que aqueles que permaneceram inativos.
“A atividade física está associada à redução do risco de acidente vascular cerebral isquêmico entre sobreviventes de câncer. Os potenciais benefícios da atividade física não se limitam aos indivíduos que eram fisicamente ativos antes do diagnóstico de câncer, evidenciando que as estratégias preventivas contra o AVC isquêmico devem enfatizar a atividade física durante todo o percurso do câncer”, concluem os autores.
Referências:
First published: 09 May 2024 https://doi.org/10.1002/cncr.35361