Estudo que buscou descrever a prevalência de sintomas físicos, emocionais e sociais de qualidade de vida relacionada à saúde em uma amostra populacional de sobreviventes de câncer de próstata revela a importância de identificar indivíduos mais vulneráveis a piores resultados de longo prazo para direcionar a atenção clínica e mitigar resultados negativos.
Existem mais de 3,5 milhões de sobreviventes de câncer de próstata (CaP) nos Estados Unidos e, para garantir a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) dessa população após o diagnóstico e tratamento, é essencial conhecer os sintomas relacionados ao tratamento de CaP e déficits funcionais específicos nos domínios urinário, intestinal e sexual.
Nesta análise, os pesquisadores consideraram 1.162 participantes que completaram uma pesquisa de base em uma mediana de 9 meses após o diagnóstico, com o objetivo de determinar a co-ocorrência de oito sintomas e domínios funcionais. Os participantes foram estratificados por análise de perfil latente (APL) de acordo com níveis baixos, moderados ou altos de QVRS. Modelos de regressão logística foram utilizados para identificar fatores clínicos e sociodemográficos associados ao perfil de QVRS baixa versus moderada ou alta.
Os resultados foram publicados por Potosky et al no JCO Oncology Practice. O APL identificou 16% dos sobreviventes que foram categorizados no perfil de baixa QVRS no início do estudo, indicativo de maior carga de sintomas e menor status funcional. Os fatores relacionados à participação dos sobreviventes nos grupos de perfil de QVRS baixa versus alta incluíram menos de 65 anos de idade no momento do diagnóstico, identificação como raça negra não-hispânica, não trabalhar, ser ex-fumante versus nunca fumante, ter recebido terapia sistêmica, não ter companheira fixa, apresentar mais comorbidades, menor bem-estar financeiro nos cuidados de saúde ou menor bem-estar espiritual.
Os autores descrevem que vários fatores permaneceram associados à permanência nos perfis de QVRS baixa versus alta na pesquisa de acompanhamento (n = 699), incluindo idade mais jovem, raça negra, comorbidade e menor bem-estar financeiro e espiritual.
Cerca de um em cada seis sobreviventes de CaP apresentou sintomas físicos e psicossociais elevados independentes da terapia curativa local, sendo idade mais jovem, raça, comorbidade e menor bem-estar financeiro e espiritual fatores de risco estáveis para má QVRS ao longo do tempo.
Os resultados mostram a importância de desenvolver estratégias eficientes para identificar e fornecer cuidados de saúde adicionais aos sobreviventes com baixa QVRS, assim como evidenciam a importância de rastrear e monitorar o bem-estar dos sobreviventes de CaP para auxiliá-los a gerir sintomas de longo prazo e limitações funcionais e receber tratamentos adequados.
Referência: Arnold L. Potosky et al., Demographic and Clinical Factors Associated With Health-Related Quality-of-Life Profiles Among Prostate Cancer Survivors. JCO Oncol Pract 0, OP.24.00076 DOI:10.1200/OP.24.00076