Recomendações para triagem, diagnóstico e tratamento do câncer de próstata clinicamente localizado estão em artigo de Cornford et al. no European Urology. As diretrizes têm amparo de seis sociedades médicas (EAU-EANM-ESTRO-ESUR-ISUP-SIOG).
Nesta atualização para câncer de próstata (CaP) localizado, o painel de especialistas revisou a literatura de todos os novos dados publicados em inglês, no período entre maio de 2020 e 2023, fornecendo diretrizes de conduta que refletem a natureza multidisciplinar do manejo do CaP.
Em relação à triagem, a recomendação prevê uma estratégia adaptada ao risco para identificar homens que podem desenvolver CaP, geralmente começando aos 50 anos de idade e com base na expectativa de vida individualizada. Para evitar biópsias desnecessárias, o painel preconiza o uso de ressonância magnética multiparamétrica. No entanto, quando a biópsia é considerada, a recomendação é realizar uma combinação de biópsias direcionadas e regionais. A tomografia por emissão de pósitrons do antígeno de membrana específica da próstata (PSMA) é descrita pelas diretrizes como a técnica mais sensível para identificar a disseminação metastática.
Para homens com CaP de baixo risco, bem como para pacientes selecionados de risco intermediário com lesões de grau 2 da Sociedade Internacional de Patologia Urológica, a vigilância ativa é o manejo apropriado.
A atualização das diretrizes também enfoca terapias locais, assim como o manejo do antígeno prostático específico persistente após a cirurgia. Em pacientes de risco intermediário, a recomendação propõe considerar o hipofracionamento, enquanto para pacientes com CaP cN1 a orientação é o tratamento local combinado com tratamento hormonal intensificado de longo prazo.
Em síntese, as diretrizes compreendem as principais recomendações para o câncer de próstata “curável”. O câncer de próstata é curável se residir na próstata e é classificado em câncer de próstata localizado e localmente avançado de baixo, intermediário e alto risco.
“As classes de risco são a base dos tratamentos”, destacam Cornford e colegas. “O câncer de próstata de baixo risco é tratado com vigilância ativa, um tratamento com excelente prognóstico. Para risco intermediário-baixo, a vigilância ativa também deve ser discutida como opção. Em outros casos, os tratamentos ativos, a cirurgia ou o tratamento com radiação devem ser discutidos, juntamente com os potenciais efeitos secundários, para permitir a tomada de decisões compartilhadas”, resumem.
A atualização das diretrizes de conduta tem participação da Associação Europeia de Urologia (EAU), Associação Europeia de Medicina Nuclear (EANM), Sociedade Europeia de Radioterapia e Oncologia (ESTRO), Sociedade Europeia de Radiologia Urogenital (ESUR), Sociedade Internacional de Patologia Urológica (ISUP) e Sociedade Internacional de Geriatria (SIOG).
Referência: EAU-EANM-ESTRO-ESUR-ISUP-SIOG Guidelines on Prostate Cancer—2024 Update. Part I: Screening, Diagnosis, and Local Treatment with Curative Intent. Published:April 13, 2024DOI:https://doi.org/10.1016/j.eururo.2024.03.027
