Publicado online no periódico Future Oncology, artigo de Andreia Cristina de Melo e Luiz Claudio Santos Thuler (foto), da Divisão de Pesquisa Clínica e Desenvolvimento Tecnológico do Instituto Nacional de Câncer (INCA), buscou apresentar as alterações epidemiológicas e os aspectos clínicos do carcinoma de células de Merkel no Brasil. “Um aspecto fundamental da promoção da saúde pública é compreender a incidência e morbidade da doença”, observam os autores.
Os dados foram coletados dos Registros de Câncer de Base Populacional de 2000 a 2015, e dos Registros de Câncer de Base Hospitalar no período entre 2000 e 2017.
Os resultados demonstraram que as taxas médias de incidência padronizadas por idade aumentaram significativamente em homens entre os anos de 2000 (0,31 / 1.000.000) e 2015 (1,21 / 1.000.000), com uma variação percentual anual de 9,4 (IC 95%: 4,7–14,4; p <0,001). Nas mulheres, as taxas de incidência se mantiveram estáveis no período, com uma variação percentual anual de 3,1 (IC 95%: 0,0–6,2; p <0,10). A partir do banco de dados hospitalar, foram identificados 881 pacientes com carcinoma de células de Merkel, sendo a maioria mulheres (51,2%), com mais de 60 anos de idade (82,2%), brancos (67,6%) e diagnosticados nos estágios III ou IV (50,5%).
“Estes são os primeiros dados mostrando o perfil epidemiológico do carcinoma de Merkel na América Latina. Uma vez que a imunoterapia mostrou bons resultados neste cenário, é de fundamental importância conhecer os números para planejamento estratégico, estimativa de custos e incorporação de novas opções terapêuticas na prática clínica para os pacientes brasileiros”, concluem.
Referência: de Melo AC, Santos Thuler LC. Trends in the incidence and morbidity of Merkel cell carcinoma in Brazil. Future Oncol. 2021 May 7. doi: 10.2217/fon-2020-1313. Epub ahead of print. PMID: 33960199.