Onconews - Terapia celular mostra resultados promissores no câncer de pâncreas

Pancreas 2 NET OKA terapia com células T multi-antígenos específicos demonstrou segurança, tolerabilidade e sinais de atividade clínica em pacientes com adenocarcinoma de pâncreas. Os resultados preliminares de um ensaio clínico de fase I foram apresentados na conferência Immune Cell Therapies for Cancer, realizada pela American Association for Cancer Research (AACR) entre os dias de 19 a 22 de julho em São Francisco, Califórnia.

"O adenocarcinoma pancreático é extremamente difícil de tratar. A maioria dos pacientes recebe quimioterapia intensa, que geralmente tem efeitos adversos graves, e precisamos urgentemente de abordagens alternativas ao tratamento", disse Brandon Smaglo, professor assistente de medicina interna e diretor médico de hematologia/oncologia no Dan L Duncan Comprehensive Cancer Center do Baylor College of Medicine, em Houston.

No estudo, os pesquisadores desenvolveram um tratamento personalizado através da coleta de células do sistema imunológico do sangue de cada paciente, criando uma terapia com linhagens de células T únicas que direcionam simultaneamente os antígenos associados a tumores (TAAs) PRAME, SSX2, MAGEA4, NY-ESO-1 e Survivina. As células T foram administradas a pacientes com adenocarcinoma pancreático em um ensaio clínico de Fase I com 3 braços: no braço A, foram incluídos pacientes com doença irressecável/metastática que estão respondendo à quimioterapia de primeira linha padrão; no braço B, pacientes com doença progressiva ou intolerância à terapia após a primeira linha; e no braço C, pacientes com doença potencialmente ressecável. Os endpoints primários foram segurança e viabilidade do tratamento; endpoints secundários incluíram avaliação da sobrevida livre de progressão e sobrevida global.

Até 5 de julho de 2019, 18 pacientes haviam sido tratados com até seis infusões de células T personalizadas (9 - Braço A; 6 - Braço B; 3 - Braço C). Cada paciente recebeu até 6 infusões mensais de 1x107 células T multiaTAA/m2. Entre os pacientes, nove tinham adenocarcinoma pancreático metastático ou irressecável que estava respondendo ao tratamento inicial com quimioterapia (braço A), seis tinham adenocarcinoma pancreático que progrediu apesar do tratamento inicial com quimioterapia (braço B), e três pacientes com adenocarcinoma pancreático ressecável (braço C). Os pacientes do braço C receberam uma infusão de terapia de células T antes da cirurgia e continuaram a receber infusões após a cirurgia; eles estão sendo seguidos para surveillance.

Resultados

Sete dos nove pacientes que receberam a terapia de células T juntamente com quimioterapia foram avaliados para resposta. Destes, cinco tiveram respostas por mais de seis meses a partir do início da terapia com células T. Todas as respostas estão em andamento, sendo uma resposta radiográfica completa, duas respostas parciais e quatro doença estável.

Dos 6 pacientes tratados com doença progressiva (Braço B), três continuaram a progredir durante o tratamento, enquanto três tiveram doença estável em curso (1-6 meses), dois deles com estabilização de sintomas como benefício clínico.

Os três pacientes com doença potencialmente ressecável receberam uma infusão de células T no pré-operatório e ainda estão recebendo suas infusões pós-operatórias e terapia adjuvante.

Não foram observados eventos adversos graves, incluindo toxicidade sistêmica relacionada à infusão ou neurotoxicidade. "A tolerabilidade do tratamento é muito importante porque os tratamentos atuais para o adenocarcinoma de pâncreas podem causar eventos adversos graves", disse Smaglo.

A principal limitação do estudo é o pequeno número de pacientes tratado até o momento. Os autores do estudo também observaram que a geração do tratamento personalizado é trabalhosa e leva tempo, o que pode limitar a escalabilidade da terapia de células T.

“As células T exibiram atividade contra antígenos-alvo, bem como TAAs não alvo, incluindo MAGEA2B e AFP, indicando indução de disseminação de antígenio/epítopo. A administração de células T multiTATA como terapia para o câncer de pâncreas parece ser viável e segura, e pode estar associada ao benefício para pacientes com câncer pancreático”, concluíram os autores.

O estudo foi apoiado por fundos da V Foundation and the Pancreatic Cancer Action Network.

Referência: Abstract: PR01 Targeting pancreatic cancer using non-engineered, multi-antigen specific T cells (TACTOPS) - Brandon G Smaglo et al