O oncologista Romualdo Barroso-Sousa (foto), líder nacional de câncer de mama na DASA Oncologia, é autor sênior de revisão realizada em parceria com pesquisadores do Dana-Farber Cancer Institute que descreve o conhecimento atual sobre a carga mutacional tumoral (TMB) no câncer de mama e seu papel potencial como um biomarcador preditivo de imunoterapia no cenário avançado. Publicado no periódico Cancers, o artigo conta com a participação dos médicos Jana Priscila Pacífico, Sarah Sammons e Sara Tolaney.
“A carga mutacional do tumor pode ser definida como o número de mutações somáticas por megabase do genoma sequenciado. Ela se correlaciona com a carga de neoantígenos tumorais, infiltração de células T e resposta a inibidores de checkpoint imunológico em muitos tipos de tumores sólidos”, esclarecem os autores.
Com base nos dados do estudo KEYNOTE-158 de fase II, o anticorpo anti-PD-1 pembrolizumabe recebeu aprovação para o tratamento de pacientes com tumores sólidos avançados e TMB ≥ 10 mutações por megabase.
“No entanto, este estudo não incluiu nenhum paciente com câncer de mama metastático; assim, várias questões permanecem sem resposta sobre o verdadeiro papel do TMB como um biomarcador preditivo de benefício para a terapia com inibidores do checkpoint imunológico no câncer de mama”, observam os autores, acrescentado que a maioria dos casos de câncer de mama hipermutado decorre da desregulação da APOBEC. “Embora os dados gerados pelos estudos TAPUR e NIMBUS suportem o uso de imunoterapia no câncer de mama, mais trabalhos são necessários para estabelecer o melhor corte de TMB e o melhor regime de imunoterapia a ser usado no câncer de mama”, concluem.
Referência: Barroso-Sousa R, Pacífico JP, Sammons S, Tolaney SM. Tumor Mutational Burden in Breast Cancer: Current Evidence, Challenges, and Opportunities. Cancers. 2023; 15(15):3997. https://doi.org/10.3390/cancers15153997