Onconews - UE aprova combinação de durvalumabe e olaparibe no câncer de endométrio avançado ou recorrente

A União Europeia aprovou a combinação de durvalumabe (Imfinzi) e olaparibe (Lynparza) para o tratamento de pacientes com câncer endometrial primário avançado ou recorrente. “Esta é a primeira combinação de imunoterapia e inibidor de PARP aprovada para o tratamento do câncer de endométrio”, destacou o comunicado divulgado pela farmacêutica Astrazeneca.

Durvalumabe + quimioterapia foi aprovado como tratamento de primeira linha seguido de olaparibe e durvalumabe em pacientes com doença proficiente no reparo do DNA (pMMR). Para pacientes com doença deficiente no reparo do DNA (dMMR), foi aprovado o tratamento com durvalumabe mais quimioterapia seguido por durvalumabe. A decisão é baseada em uma análise de subgrupo exploratória pré-especificada por status de reparo do DNA (MMR, do inglês mismatch repair) do ensaio de Fase 3 DUO-E, publicado no Journal of Clinical Oncology1.

O DUO-E (GOG 3041/ENGOT-EN10) é um estudo de Fase 3 multicêntrico, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, de três braços de durvalumabe em primeira linha mais quimioterapia à base de platina (carboplatina e paclitaxel) seguido por monoterapia com durvalumabe ou durvalumabe + olaparibe como terapia de manutenção versus quimioterapia à base de platina isolada como tratamento para pacientes com câncer endometrial avançado ou recorrente recém-diagnosticado.

O estudo randomizou 699 pacientes com carcinoma endometrial epitelial avançado ou recorrente recém-diagnosticado para receber durvalumabe (1120 mg) ou placebo, administrado a cada três semanas, além da quimioterapia padrão à base de platina. Após 4-6 ciclos de quimioterapia, os pacientes (cuja doença não havia progredido) receberam durvalumabe (1500 mg) ou placebo a cada quatro semanas como manutenção, mais 300 mg de olaparibe (300 mg BID [2 comprimidos de 150 mg, duas vezes ao dia]) ou placebo até a progressão da doença.

O endpoint primário duplo foi a sobrevida livre de progressão (SLP) de cada braço de tratamento em comparação com o padrão de tratamento de quimioterapia isolada. Os principais endpoints secundários incluíram sobrevida global (SG), segurança e tolerabilidade.

A combinação de durvalumabe e olaparibe reduziu o risco de progressão da doença ou morte para pacientes com proficiência no reparo do DNA (pMMR) em 43% (mediana de 15,0 meses versus 9,7 meses, razão de risco [HR] 0,57; [IC] de 95% 0,44-0,73) em comparação com o braço de controle. Em pacientes com deficiência no reparo do DNA (dMMR), durvalumabe reduziu o risco de progressão da doença ou morte em 58% (mediana não alcançada versus 7,0 meses, HR 0,42; IC de 95% 0,22-0,80) versus o braço de controle.

"Esta aprovação é uma boa notícia para pacientes com câncer endometrial avançado ou recorrente na Europa, especialmente aqueles com doença proficiente no reparo de DNA, que têm opções limitadas. Os regimes de olaparibe e durvalumabe, bem como os regimes de durvalumabe, agora têm o potencial de melhorar os resultados para todos os pacientes neste cenário na Europa, independentemente do status do reparo de DNA”, afirmou Els Van Nieuwenhuysen, oncologista na UZ Leuven, Bélgica e pesquisador do ensaio DUO-E.

“Esta decisão marca a primeira aprovação para uma combinação de imunoterapia e inibidor de PARP no câncer endometrial. Na Europa, o câncer endometrial é o quarto câncer mais comum em mulheres e, 70 a 80 por cento das pacientes com doença proficiente em reparo de DNA tinham poucas opções de tratamento disponíveis”, destacou Dave Fredrickson, vice-presidente executivo da unidade de negócios de oncologia da AstraZeneca.

Os perfis de segurança de ambos os regimes foram geralmente manejáveis, bem tolerados e amplamente consistentes com os perfis conhecidos dos agentes individuais.

O estudo é financiado pela AstraZeneca e conduzido em 253 locais de estudo em 22 países, incluindo EUA, Europa, América do Sul e Ásia.

Referência:

1 - Westin SN, et al. Durvalumab plus carboplatin/paclitaxel followed by maintenance durvalumab with or without olaparib as first-line treatment for advanced endometrial cancer: The phase III DUO-E trial. Journal of Clinical Oncology. 2023;42(3):283-299.