Novas análises do estudo clínico METEOR1 foram apresentadas na ASCO GU e confirmaram a superioridade de cabozantinib frente a everolimus em pacientes com câncer renal avançado previamente tratados. Outro trabalho destacado no cenário da doença avançada foi o CHECKMATE 0252, que avaliou o uso do anti PD-1 nivolumab. Fábio Schutz (foto), do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes (COAEM), comenta os estudos com exclusividade para o Onconews.
“Na análise global dos estudos METEOR e CHECKMATE 025, o benefício do aumento de sobrevida com cabozantinib e nivolumab, respectivamente, e comparados ambos com everolimo, manteve-se semelhante”, observou Schutz.
METEOR
O estudo METEOR avaliou 658 pacientes com câncer renal avançado previamente tratados. Os resultados iniciais dos primeiros 375 pacientes confirmaram a superioridade de cabozantinib na comparação com everolimus, independentemente do perfil de risco. Nesses pacientes, a droga melhorou significativamente a mediana de sobrevida livre de progressão (7,4 meses versus 3,8 meses) na comparação com everolimus.
Dados preliminares de todos os 658 pacientes indicam que 75% tiveram redução do tumor no grupo tratado com cabozantinib, contra 48% entre os que receberam everolimus. O benefício foi ainda maior em pacientes com metástases hepáticas ou naqueles com metástases viscerais e ósseas associadas.
“O benefício do cabozantinib no aumento da sobrevida livre de progressão (objetivo primário) se manteve quando analisados os subgrupos de pacientes de acordo com a presença de fatores de risco dos critérios do MSKCC (HRs 0,54 [0 fatores de risco], 0,56 [1 fator de risco] e 0,84 [>= 2 fatores de risco]), bem como quando estratificados de acordo com o número de tratamentos prévios com inibidores de tirosina kinase do VEGFR (HR 0,56 [1 TKI] e 0,67 [>=2 TKI]),” explica Schutz.
Os efeitos colaterais mais comuns relacionados ao uso de cabozantinib foram diarreia, fadiga, náuseas, diminuição do apetite, e síndrome mão-pé (Abstract 499).
CHECKMATE 025
No estudo de fase III CHECKMATE 025, pacientes com câncer renal avançado ou metastático com 1 ou 2 terapias anti-angiogênicas anteriores e doença mensurável (RECIST v1.1) foram randomizados 1:1 para receber nivolumab intravenoso 3mg/kg a cada 2 semanas (n=410) ou everolimo 10 mg via oral uma vez ao dia (n=411).
O endpoint primário foi a sobrevida global. A taxa de resposta objetiva foi um endpoint secundário.
O acompanhamento médio foi de 17-18 meses. 77% e 23% dos pacientes receberam 1 ou 2 terapias anti-angiogênicas anteriores, respectivamente, para carcinoma renal avançado, principalmente sunitinibe (63%) ou pazopanib (32%).
Resultados
Em pacientes que receberam sunitinibe previamente, a mediana de sobrevida global foi de 23,6 meses para NIVO vs 19,8 meses para EVE; naqueles que receberam pazopanib prévio, a mediana de sobrevida global não foi estimável (NE) para NIVO vs 17,6 meses para EVE.
Para aqueles que receberam previamente interleucina-2 (10%), a mediana de sobrevida global foi não estimável para NIVO vs 17,2 meses para EVE. Resultados por terapia anticâncer subsequente são planejados.
O estudo mostrou um benefício consistente de sobrevida global de NIVO vs EVE em pacientes com câncer renal avançado previamente tratados. Benefício na taxa de resposta objetiva com NIVO também foi observado.
“O benefício do nivolumabe no aumento da sobrevida global (endpoint primário) também se manteve nos diversos subgrupos de pacientes, independente dos fatores de risco MSKCC e do número de TKIs prévias”, afirma o oncologista. “Importante lembrar que no estudo CHECKMATE 025 a avaliação da expressão de PD-L1 não foi preditiva de benefício em sobrevida global nos pacientes”, acrescenta.
Clinical trial information: NCT01668784
Referências: 1 - Subgroup analyses of METEOR, a randomized phase 3 trial of cabozantinib versus everolimus in patients (pts) with advanced renal cell carcinoma (RCC). - J Clin Oncol 34, 2016 (suppl 2S; abstr 499)