Estudos apresentados no ESMO 2019 apoiam uso da observação e da radioterapia de resgate no câncer de próstata. No câncer urotelial, o estudo IMvigor130 foi o primeiro a testar imunoterapia em pacientes elegíveis e inelegíveis à quimioterapia. “Esta é uma nova opção para o tratamento inicial de pacientes com câncer urotelial metastático”, disse o autor, Enrique Grande (foto), do MD Anderson Cancer Center.
Homens com câncer de próstata podem ser poupados de radioterapia após a cirurgia. É o que mostram os resultados do estudo RADICALS-RT apresentado no Congresso ESMO 2019, em Barcelona. “Os resultados sugerem que a radioterapia é igualmente eficaz se é administrada logo após a cirurgia ou posteriormente na doença recorrente”, disse Chris Parker, do Royal Marsden NHS Foundation Trust, primeiro autor do estudo. “Agora, há um forte argumento de que a observação deve ser a abordagem padrão após a cirurgia. A radioterapia só deve ser usada se o câncer voltar”, explicou o especialista.
O RADICALS-RT é o maior estudo já realizado sobre radioterapia pós-operatória no câncer de próstata e foi apontado como um dos highlights do panorama GU. Os resultados foram confirmados em metanálise colaborativa (ARTISTIC), também apresentada no Congresso ESMO 2019, combinando os resultados do RADICALS com dois ensaios semelhantes, RAVES e GETUG-AFU17. “A metanálise confirma os dados do RADICALS-RT e fortalece evidências para apoiar o uso rotineiro da observação e da radioterapia de resgate”, disse Claire Vale, pesquisadora da University College London, Reino Unido, primeira autora da metanálise.
Também no câncer de próstata, o programa científico abriu espaço para novos dados com modernos agentes hormonais, caso do estudo SPARTAN, que apresentou a segunda análise interina de apalutamida na doença não metastática resistente a castração, e do estudo CHEIRON, com resultados da combinação químio-hormonal no câncer de próstata metastático resistente a castração (CPRCm), indicando que a associação de enzalutamida e docetaxel pode melhorar o controle da doença em 6 meses e prolongar a sobrevida livre de progressão comparada à quimioterapia padrão. Em pacientes com CPRCm com mutação genética BRCA1 / 2 e com tumores que apresentam falha nos principais genes de reparo do DNA, o grande destaque foi o inibidor de PARP olaparibe em homens previamente tratados com quimioterapia baseada em taxano e hormonioterapia dirigida ao receptor de androgênio. Olaparibe atrasou a progressão da doença em cerca de quatro meses na comparação com os novos agentes hormonais (enzalutamida ou acetato de abiraterona). Resultados preliminares indicam que o tratamento também prolongou a sobrevida global em mais de três meses.
No câncer urotelial, o estudo IMvigor130 foi o primeiro a testar imunoterapia em pacientes elegíveis e inelegíveis à quimioterapia. “Esta é uma nova opção para o tratamento inicial de pacientes com câncer urotelial metastático”, disse o autor, Enrique Grande (foto), do MD Anderson Cancer Center. Outra promessa vem dos anticorpos droga-conjugados, que mostraram na ESMO 2019 taxas de respostas animadoras, sinalizando tendência que deve continuar a movimentar o ambiente de pesquisa.
No câncer renal, decepção e otimismo: o ensaio SORCE foi negativo para sorafenibe adjuvante, enquanto o TITAN-RCC apontou nova estratégia na segunda linha, com a combinação de nivolumabe e ipilimumabe.
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