Resultados apresentados no congresso europeu mostraram que pacientes com câncer de mama avançado receptor hormonal têm benefício de sobrevida global com o inibidor de CDK4/6 ribociclibe.
Os inibidores de ciclinas continuam a concentrar as atenções na oncologia mamária e ocuparam lugar de destaque no programa científico da ESMO 2019.
Apresentado em Sessão Presidencial, o estudo MONARCH 2 mostrou dados de sobrevida com abemaciclibe e fulvestranto em segunda linha no câncer de mama receptor hormonal (HR+/HER2-) em pacientes que progrediram à terapia endócrina.
Outro destaque do programa científico foi o Fase III MONALEESA 3, em apresentação de Dennis Slamon (foto), da Universidade da Califórnia em Los Angeles. Os resultados mostram que o tratamento de primeira e segunda linha com o inibidor de CDK4/6 ribociclibe associado a fulvestranto melhora significativamente a sobrevida global (SG) de pacientes com câncer de mama avançado HR + HER2-, na pós-menopausa. Os benefícios de ribociclibe mais fulvestranto foram observados tanto em mulheres não expostas ao tratamento hormonal, como naquelas que se tornaram resistentes à terapia endócrina.
Após acompanhamento médio de 39,4 meses, a adição de ribociclibe teve impacto significativo na SG na comparação com placebo (mediana, NR vs 40,0 meses; HR, 0,724, IC 95%, 0,568-0,924, P = 0,00455). O benefício de sobrevida foi consistente em todos os subgrupos, tanto na primeira linha (mediana, NR vs 45,1 meses; HR, 0,700 [95% CI, 0,479-1,021]) quanto na recidiva precoce/segunda linha (mediana, 40,2 vs 32,5 meses; HR, 0,730 [IC 95%, 0,530-1,004]). O inibidor de CDK 4/ 6 ribociclibe também mostrou impacto na sobrevida livre de progressão na primeira linha (33,6 vs 19,2 meses) e prolongou o tempo para a segunda progressão (SLP2) ou morte (39,8 vs 29,4 meses).
“Este é um resultado significativo e de mudança de prática. Agora estamos dizendo que pacientes com câncer de mama avançado têm benefício de sobrevida global se receberem o inibidor de CDK4 / 6 ribociclibe precocemente no momento da recorrência da doença, mesmo que não tenham sido expostos à terapia endócrina prévia na doença metastática”, concluiu Slamon.
