Não é exagero dizer que a ESMO 2019 foi o ano da oncoginecologia, com dados que impactam a prática clínica e abrem novas perspectivas para médicos e pacientes. Os resultados do estudo PAOLA-1/ENGOT-ov25 apresentados em Sessão Presidencial no congresso europeu pela oncologista Isabelle Ray-Coquard (foto), da Université Claude Bernard, em Lyon, mostraram que o regime de manutenção com o inibidor da PARP olaparibe adicionado ao antiangiogênico bevacizumabe melhora a sobrevida livre de progressão em pacientes com câncer de ovário com e sem mutação BRCA.
"Este estudo relata a maior taxa de risco (0,59) e a maior sobrevida livre de progressão já observadas", disse Isabelle.
Outros dois trabalhos com inibidores de PARP também concentraram as atenções. No estudo PRIMA, niraparib melhorou significativamente a sobrevida livre de progressão de pacientes com câncer de ovário após a conclusão da quimioterapia de primeira linha. No estudo VELIA/GOG-3005, veliparib integrado à quimioterapia de primeira linha e continuado como tratamento de manutenção estendeu significativamente a sobrevida livre de progressão, independentemente da resposta ao tratamento de primeira linha.
“Esses três estudos e o SOLO-1, todos integrando inibidores da PARP no tratamento de primeira linha, são um marco para os pacientes. Depois de décadas estudando diferentes abordagens de quimioterapia, é a primeira vez que prolongamos significativamente a sobrevida livre de progressão e esperamos melhorar os resultados a longo prazo", afirmou Ana Oaknin, médica do Vall d´Hebron Institute of Oncology, que comentou os resultados apresentados em Barcelona.
No câncer de endométrio avançado, o estudo Fase II KEYNOTE- 146 atualizou resultados da avaliação do anti-PD-1 pembrolizumabe associado a lenvatinibe na segunda linha e atingiu o principal endpoint, com taxa de resposta de 38,9%. No câncer cervical, mais resultados positivos com a imunoterapia, desta vez com dados do estudo CHECKMATE- 358.