Sergio Azevedo NET OK 2A etiologia viral está associada ao comprometimento hepático no desenvolvimento do carcinoma hepatocelular e pode influenciar a atividade da imunoterapia. Análise exploratória selecionada para apresentação em pôster no ESMO 2022 analisou o impacto da etiologia viral nos desfechos clínicos de pacientes do estudo de Fase 3 HIMALAYA, que avaliou a combinação de tremelimumabe e durvalumabe (STRIDE) em comparação com sorafenibe no tratamento do carcinoma hepatocelular irressecável. O oncologista Sergio Jobim Azevedo (foto), do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, é coautor do trabalho.

No HIMALAYA (NCT03298451), uma dose única e alta de priming de tremelimumabe mais durvalumabe (STRIDE) melhorou significativamente a sobrevida global em comparação com sorafenibe, e durvalumabe foi não inferior a sorafenibe em pacientes com carcinoma hepatocelular irressecável.

Esta análise exploratória avaliou STRIDE, durvalumabe e sorafenibe em pacientes com vírus da hepatite B (HBV; presença de HBsAg e/ou anti-HBcAb com HBV DNA detectável), vírus da hepatite C (HCV) ou etiologia não viral/outra (NV). Os hazard ratios (HRs) de sobrevida global foram calculados usando um modelo de risco proporcional de Cox. Como os subconjuntos não foram dimensionados para comparações formais, não foi realizado nenhum ajuste de multiplicidade. Uma análise multivariada post hoc foi usada para identificar desequilíbrios nos principais fatores prognósticos que poderiam influenciar os efeitos estimados do tratamento.

Resultados

As características demográficas e da doença no baseline foram semelhantes entre os braços de tratamento nos subconjuntos HBV e NV. No entanto, no grupo HCV, a análise multivariada identificou desequilíbrios em duas variáveis ​​prognósticas: disseminação extra-hepática (EHS; mais frequente para STRIDE do que para sorafenibe) e ALBI (escore 2 mais frequente para STRIDE e durvalumabe do que para sorafenibe).

A sobrevida global e sobrevida livre de progressão foram melhores com STRIDE vs sorafenibe nos grupos HBV e NV, mas não no grupo HCV. Usando um modelo de risco proporcional de Cox estratificado para levar em conta os desequilíbrios em EHS e ALBI no subconjunto HCV, os hazard ratios de sobrevida global favoreceram STRIDE em comparação com sorafenibe, e continuaram a favorecer STRIDE ao ajustar para EHS e ALBI nos outros grupos. Os resultados para durvalumabe vs sorafenibe mostraram tendências semelhantes às de STRIDE vs sorafenibe.

“No HIMALAYA, a sobrevida global favoreceu STRIDE em comparação com sorafenibe (HR < 1) para todas as etiologias quando os subgrupos foram ajustados para desequilíbrios de fatores prognósticos na coorte HCV; tendências semelhantes foram observadas com durvalumabe versus sorafenibe em todos os subconjuntos. Esses resultados confirmam os benefícios de STRIDE e durvalumabe em pacientes com carcinoma hepatocelular irressecável, independentemente da etiologia subjacente”, concluíram os autores.

 

  

OS

HR vs S; 95% CI

OS

Cox-stratifieda HR

vs S; 95% CI

Objective

response, %

Disease control

rate, %

Median time to

response, months

Median duration of

response, months

HBV

STRIDE n=122

0.64; 0.48-0.86

0.64; 0.47-0.86

21.3

59.0

1.9

25.7

 

D n=119

0.78; 0.58-1.04

0.78; 0.58-1.04

14.3

49.6

1.9

9.5

 

S n=119

  

5.0

48.7

2.8

17.0

HCV

STRIDE n=110

1.06; 0.76-1.49

0.89; 0.63-1.25

35.5

65.5

3.6

13.5

 

D n=107

1.05; 0.75-1.48

0.93; 0.66-1.31

22.4

57.9

2.0

12.9

 

S n=104

  

9.6

70.2

7.3

15.7

NV

STRIDE n=161

0.74; 0.57-0.95

0.77; 0.59-1.00b

18.0

57.1

2.1

13.2

 

D n=163

0.82; 0.64-1.05

0.80; 0.62-1.03

19.0

56.4

3.7

13.8

 

S n=166

  

6.0

63.3

3.7

6.0

aAdjusted for EHS and ALBI. bn=160; one pt with missing ALBI score excluded.

O estudo foi financiado pela Astrazeneca (NCT03298451).

Referência: L.S. Chan, M. Kudo, B. Sangro, R.K. Kelley, J. Furuse, J-W. Park, P. Sunpaweravong, A. Fasolo, T. Yau, T. Kawaoka, A-L. Cheng, S. Azevedo, M.E. Reig Monzon, E. Assenat, M. Yarchoan, A.R. He, M. Makowsky, D. Ran, A. Negro, G.K. Abou-Alfa. Impact of viral aetiology in the phase III HIMALAYA study of tremelimumab (T) plus durvalumab (D) in unresectable hepatocellular carcinoma (uHCC). ESMO Congress 2022 714P.