Onconews - Durvalumabe mostra benefício de sobrevida no câncer de cabeça e pescoço

CABE A PESCO O NET OKEstudo destacado em sessão oral no ASCO 2023 mostra resultados de pacientes com carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço recorrente/metastático (R/M SCCHN) tratados com o anti PD-L1 durvalumabe combinado com carboplatina-paclitaxel semanal como estratégia de primeira linha. O estudo atingiu seu endpoint primário de sobrevida global em 18 meses, demonstrando que durvalumabe é uma opção em pacientes frágeis não elegíveis para quimioterapia com cisplatina.

O inibidor de checkpoint imune pembrolizumabe foi recentemente estabelecido como padrão de tratamento (SoC) em pacientes com R/M SCCHN, isoladamente ou em combinação com platina-5FU, atingindo SG mediana de 13 meses com a combinação. No entanto, na população que necessita de quimioterapia, esse esquema parece estar associado a uma toxicidade substancial que impede seu uso em pacientes frágeis. “É nesse contexto que investigamos a eficácia e a tolerância da inibição de PDL-1 com durvalumabe combinado com carboplatina-paclitaxel semanal como tratamento de primeira linha em pacientes frágeis R/M SCCHN”, esclarecem os pesquisadores.

Neste estudo de fase II de braço único foram inscritos pacientes com R/M SCCHN e não elegíveis para quimioterapia padrão baseada em cisplatina, com bom status de desempenho (ECOG PS de 0 ou 1). Os pacientes elegíveis receberam 4 ciclos de CT (carboplatina AUC2; paclitaxel 80mg/ m² em D1, D8, D15) e durvalumabe (D) 1500mg repetido a cada 4 semanas por no máximo 12 meses. O endpoint primário foi sobrevida global (SG) aos 12 meses (m). O estudo utilizou um desenho de Fleming A'Hern (limite de ineficácia: 47% e eficácia alvo: 65%), requerendo 38 sucessos entre 64 participantes. Os endpoints secundários foram sobrevida livre de progressão (SLP), tempo para falha do tratamento (TTF), taxa de resposta objetiva (ORR) e tolerância. 

Resultados

64 participantes (idade média de 69,5 anos; 90,6% homens, 62,5% PS1) foram incluídos, independentemente de seu status PDL-L1. Os tumores primários localizavam-se principalmente na orofaringe (37,5%) e laringe (28,1%) com 37,3% PD-L1 CPS≥20. 54,9% eram metastáticos. A regra de eficácia para SG foi atendida com 40 pacientes vivos aos 12 meses (62,5%, IC 95% unilateral: [51,5% -]).

Em um seguimento mediano de 27,1 meses, a sobrevida global mediana foi de 18,0 m (95% CI [11,9-NR]) e a taxa de SG em 24meses foi de 45% [32%-57%]. A mediana de SLP foi de 7,0 meses (95% CI [5,4-9,9]) e a mediana de TTF foi de 6,0 meses (95% CI [4,7-9]). 44/62 pts (71%) alcançaram resposta (11,3% de resposta completa e 59,7% de resposta parcial). A duração mediana da resposta foi de 5,9 meses (95% CI [3,4-9,6]).

Em relação ao perfil de segurança, 20,3% dos pacientes experimentaram eventos adversos G≥3 relacionados a D. A toxicidade levou à descontinuação permanente de D em 3,1% dos pacientes. Nenhuma morte relacionada a D foi relatada.

“Este estudo realizado em pacientes frágeis não elegíveis para quimioterapia com cisplatina atingiu seu endpoint primário de SG em 18 meses. Esta combinação de durvalumabe com carboplatina/paclitaxel semanal foi associada a um perfil de toxicidade favorável”, concluem os autores.

Informações sobre este ensaio clínico: NCT0372967.

Referência: Results of the multicenter phase II FRAIL-IMMUNE trial evaluating the efficacy and safety of durvalumab combined with weekly paclitaxel carboplatin in first-line in patients (pts) with recurrent/metastatic squamous cell carcinoma of the head and neck (R/M SCCHN) not eligible for cisplatin-based therapies.
First Author: Jerome Fayette, MD, PhD
Meeting: 2023 ASCO Annual Meeting
Session Type: Oral Abstract Session
Session Title: Head and Neck Cancer
Track: Head and Neck Cancer
Subtrack: Advanced/Metastatic Disease
Abstract #: 6003