A combinação de enfortumabe vedotina + pembrolizumabe (EV + P) melhorou significativamente os resultados em pacientes com carcinoma urotelial localmente avançado/metastático sem tratamento prévio. “Os resultados foram realmente surpreendentes, quase dobrando a mediana de sobrevida livre de progressão e sobrevida global”, afirmou o oncologista Fabio Schutz (foto). O estudo EV-302 foi apresentado na Sessão Presidencial 2 do ESMO 2023.
A quimioterapia à base de platina é o padrão de tratamento (SOC) para la/mUC. No entanto, os resultados em longo prazo são fracos são reservados, e o tratamento dessa população de pacientes persiste como uma necessidade não atendida.
A combinação de enfortumabe vedotina + pembrolizumabe (EV + P) melhorou significativamente os resultados em pacientes com carcinoma urotelial localmente avançado ou metastático sem tratamento prévio, quase dobrando a mediana de sobrevida livre de progressão e sobrevida global. “Os resultados apoiam EV+P como o novo padrão de tratamento de primeira linha para essa população de pacientes”, afirmou o oncologista Thomas Powles (foto), que apresentou os resultados do estudo na Sessão Presidencial 2 do ESMO 2023.
A quimioterapia à base de platina é o padrão de tratamento para o carcinoma urotelial localmente avançado ou metastático. No entanto, persiste uma necessidade não satisfeita, uma vez que os resultados a longo prazo são fracos.
No ESMO 2023, foram apresentados os resultados do EV-302, um estudo global, de Fase 3, aberto e randomizado, que avalia enfortumabe vedotina + pembrolizumabe (EV + P) em pacientes com carcinoma urotelial localmente avançado ou metastático (la/mUC) sem tratamento prévio e que são elegíveis para quimioterapia contendo cisplatina ou carboplatina.
Os pacientes com la/mUC não tratados previamente (independentemente da expressão de PD-L1) foram randomizados 1:1 para receber ciclos de 3 semanas de EV (1,25 mg/kg; IV) nos Dias 1 e 8 e pembro (200 mg; IV) no dia 1 ou gemcitabina com cisplatina ou carboplatina. Os endpoints primários duplos foram sobrevida livre de progressão (SLP) por RECIST v1.1 por revisão central independente e cega (BICR) e sobrevida global. Os endpoints secundários selecionados incluíram taxa de resposta global (ORR) e segurança.
Resultados
Foram randomizados 886 pacientes (EV+P: 442; quimio: 444); as características dos pacientes foram equilibradas entre os braços. No cutoff de dados, o acompanhamento médio foi de 17,2 meses. A sobrevida livre de progressão foi significativamente prolongada com EV+P em comparação com quimioterapia, reduzindo o risco de progressão ou morte em 55% (SLP mediana, 12,5 meses vs 6,3 meses, respectivamente; HR 0,45 [95% CI: 0,38-0,54]; P<0,00001).
A sobrevida global foi significativamente prolongada com EV+P versus quimioterapia, reduzindo o risco de morte em 53% (SG mediana, 31,5 meses vs 16,1 meses, respectivamente; HR 0,47 [95% CI: 0,38-0,58]; P<0,00001). A ORR confirmada foi de 67,7% e 44,4% nos braços EV+P e quimioterapia, respectivamente (P<0,00001).
“O hazard ratio de sobrevida global foi de aproximadamente 0.47, o que representa uma redução do risco de morte de praticamente metade dos pacientes”, destaca Schutz. Não tenho dúvidas de que esse estudo vai levar à aprovação regulatória dessa combinação”, acrescenta.
Eventos adversos relacionados ao tratamento (TRAEs) de grau ≥3 ocorreram em 55,9% com EV+P e 69,5% com quimioterapia; os mais comuns foram erupção maculopapular (7,7%), hiperglicemia (5,0%) e neutropenia (4,8%) para EV+P e anemia (31,4%), neutropenia (30,0%) e trombocitopenia (19,4%) para quimioterapia. Os TRAEs de grau ≥3 mais comuns (≥5%) de interesse especial para EV incluíram reações cutâneas (15,5%), neuropatia periférica (6,8%) e hiperglicemia (6,1%). Os EAs emergentes do tratamento mais comuns (≥5%) de grau ≥3 de interesse especial para P incluíram reações cutâneas graves (11,8%).
“O perfil de segurança foi manejável, sem novos sinais de segurança. Estes resultados apoiam EV+P como um novo padrão de tratamento de primeira linha para essa população de pacientes”, concluíram os autores.
O estudo foi financiado pelas farmacêuticas Astellas, Seagen, e Merck Sharp & Dohme, e está registrado em ClinicalTrials.Gov, NCT04223856.
Referência: LBA6 - EV-302/KEYNOTE-A39: Open-label, randomized phase III study of enfortumab vedotin in combination with pembrolizumab (EV+P) vs chemotherapy (Chemo) in previously untreated locally advanced metastatic urothelial carcinoma (la/mUC)