Onconews - AEGEAN: Durvalumabe perioperatório no CPCNP ressecável N2

No ensaio AEGEAN de fase 3, o tratamento perioperatório com durvalumabe (D)+ quimioterapia neoadjuvante melhorou significativamente a sobrevida livre de eventos e resposta patológica completa em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) ressecável, com segurança gerenciável. No ASCO 2024, análise exploratória que envolveu pacientes com status nodal N2 demonstrou melhora clinicamente significativa na eficácia, nenhum impacto adverso nos resultados de cirurgia e perfil de segurança gerenciável.

Foram incluídos pacientes com CPCNP ressecável (estágio II-IIIB [N2]; AJCC 8ª ed) virgens de tratamento, randomizados (1:1) para 4 ciclos de quimioterapia (QT) à base de platina mais D 1.500 mg IV ou placebo (PBO) Q3W antes da cirurgia, seguido por D ou PBO (Q4W, 12 ciclos) após cirurgia. A população por intenção de tratar modificada (mITT) excluiu pacientes com alterações conhecidas de EGFR/ALK. A eficácia foi avaliada no subgrupo mITT com status nodal N2 basal (por investigador). A segurança foi avaliada em todos os pacientes com CPCNP ressecável N2 que receberam ≥1 dose do tratamento proposto.

Dos 740 pacientes na população mITT, 366 (49,5%) apresentavam status nodal N2 basal (D, n = 181; PBO, n = 185). No subgrupo N2, 83,4% no braço D e 84,9% no braço PBO completaram 4 ciclos de quimioterapia baseada em platina; 77,9% e 77,8%, respectivamente, tinham cirurgia programada e 73,5% e 71,9% realizaram a cirurgia. No subgrupo N2, semelhante à população mITT geral, a sobrevida livre de eventos (SLE) foi prolongada no braço D vs PBO (HR, 0,63 [IC 95%: 0,43–0,90]) e as taxas de pCR (16,6% vs 4,9%; diferença, 11,7% [IC 95%: 5,6–18,4]) e resposta patológica maior (MPR, ≤10% no tumor primário; 32,6% vs 15,1%; diferença, 17,5% [IC 95%: 8,8–26,0]) foram maiores no braço D vs PBO.

Embora o benefício de SLE no braço D vs PBO tenha sido semelhante entre os pacientes com N2 de estação única (HR, 0,61 [IC 95%: 0,39–0,94]) ou N2 multiestações (HR, 0,69 [IC 95%: 0,33–1,38]), o benefício de pCR foi menos pronunciado em pacientes multiestações (diferença na taxa de pCR, 13,9% [IC 95%: 6,6–21,7] comparado a N2 de estação única vs 3,8% [IC 95%: –9,2–18,8].

Entre os pacientes do subgrupo N2 que realizaram cirurgia, proporções semelhantes nos braços D e PBO tiveram procedimentos abertos (47,5% vs 50,0%) e minimamente invasivos (50,4% vs 46,5%); 9,2% vs 11,1% tiveram pneumonectomia (9,2% vs 9,6% na população global mITT). Dos pacientes do subgrupo N2 que completaram cirurgia, a proporção com ressecção R0 no braço D vs PBO (94,7% vs 91,7%) foi semelhante à da população mITT geral.

A cirurgia foi postergada em uma proporção semelhante no braço D vs PBO (19,9% vs 23,6%, respectivamente), mais comumente por razões logísticas (por exemplo, problemas de agendamento).

Entre 394 pacientes que receberam o tratamento proposto no protocolo AEGEAN (subgrupo de análise de segurança N2; D, n = 200; PBO, n = 194), eventos adversos de qualquer causa de grau máximo 3/4 ocorreram em 38,5% vs 41,8% no braço D e PBO, respectivamente, semelhantes às taxas gerais descritas na análise de segurança.

“Com melhora clinicamente significativa na eficácia, nenhum impacto adverso nos resultados de cirurgia e um perfil de segurança gerenciável, a adição de durvalumabe perioperatório à QT neoadjuvante continua sendo uma nova opção potencial de tratamento para pacientes com CPCNP ressecável N2”, concluem os autores.

Informações sobre o ensaio clínico: NCT03800134.

Referência:

Outcomes with perioperative durvalumab (D) in pts with resectable NSCLC and baseline N2 lymph node involvement (N2 R-NSCLC): An exploratory subgroup analysis of AEGEAN.
Clinical Trial Registration Number NCT03800134
J Clin Oncol 42, 2024 (suppl 16; abstr 8011)
DOI 10.1200/JCO.2024.42.16_suppl.8011
Abstract # 8011