O estudo de Fase 1b/2 DESTINY-Breast07, multicêntrico, aberto e modular, avalia a segurança, tolerabilidade e atividade antitumoral de trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) isolado ou em combinação com outros agentes anticâncer. No ASCO 2024, foram apresentados os resultados de análise intermediária da fase de expansão de dose avaliando T-DXd ± pertuzumabe como tratamento de primeira linha em pacientes com câncer de mama metastático HER2+. O estudo tem participação de Jose Luiz Pedrini (foto), mastologista do Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Porto Alegre.
Esse estudo incluiu pacientes avaliados localmente com câncer de mama metastático HER2+ com doença mensurável e nenhuma metástase cerebral ou metástases cerebrais estáveis. Era necessário um intervalo livre de doença ≥12 meses desde a terapia (neo)adjuvante, e não foi permitida nenhuma terapia anterior para câncer de mama metastático. Os participantes foram estratificados por receptor hormonal e status de doença (recorrente versus de novo), e expressão PD-L1.
Os pacientes receberam T-DXd 5,4 mg/kg por via intravenosa (IV) a cada 3 semanas (Q3W) como monoterapia ou em combinação com pertuzumabe (P) 420 mg IV Q3W, com uma dose de ataque de 840 mg. Os endpoints primários foram segurança e tolerabilidade; os principais endpoints secundários incluíram taxa de resposta objetiva (ORR) e sobrevida livre de progressão (SLP) por RECIST 1.1 de acordo com o investigador.
Resultados
Setenta e cinco pacientes foram tratados no módulo T-DXd e 50 pacientes no módulo T-DXd + P; o acompanhamento médio foi de 19,2 meses (variação de 8,7 a 29,2) e 20,6 meses (variação de 13,3 a 26,7), respectivamente. A mediana de idade foi de 57 anos em ambos os módulos.
Em 1º de agosto de 2023, o evento adverso mais comum foi náusea (T-DXd, 70,7% [4,0% Grau 3]; T-DXd + P, 68,0% [0% Grau 3]). A diarreia foi relatada em 34,7% (2,7% Grau 3) e 60,0% (6,0% Grau 3) dos pacientes nos módulos T-DXd e T-DXd + pertuzumabe, respectivamente. Não houve eventos de náusea ou diarreia de Grau ≥4.
Doença pulmonar intersticial (DPI)/pneumonite relacionada a medicamentos foi relatada em seis (8,0%) e cinco (10,0%) pacientes nos módulos T-DXd e T-DXd + P, respectivamente (todos Grau ≤2). Um evento adverso não relacionado ao tratamento com desfecho óbito foi relatado no módulo T-DXd (síndrome pós-aguda de COVID-19); nenhum com T-DXd + P.
A taxa de resposta objetiva (ORR) confirmada foi de 77,3% (80% CI 70,0, 83,6) com T-DXd e 82,0% (80% CI 73,1, 88,8) com T-DXd + P. A taxa de sobrevida livre de progressão em 12 meses foi de 77,3% (80 CI % 69,0, 83,7) com T-DXd e 89,4% (80% CI 81,9, 93,9) com T-DXd + pertuzumabe.
Em síntese, a segurança foi consistente com os perfis conhecidos para trastuzumabe deruxtecana e pertuzumabe, sem eventos de doença pulmonar intersticial de grau 3 ou superior. “Os primeiros dados mostraram eficácia promissora em ambos os módulos. O estudo DESTINY-Breast07 está em andamento, e análises do ensaio clínico de Fase 3 DESTINY-Breast09 fornecerão dados definitivos sobre TDXd ± pertuzumabe no tratamento de primeira linha de pacientes com câncer de mama metastático HER2+”, concluíram os autores.
O estudo é financiado pelas farmacêuticas AstraZeneca e Daiichi Sankyo e está registrado em ClinicalTrials.Gov, NCT04538742.
Referência:
Abstract #1009 - DESTINY-Breast07: Dose-expansion interim analysis of T-DXd monotherapy and T-DXd + pertuzumab in patients with previously untreated HER2+ mBC. J Clin Oncol 42, 2024 (suppl 16; abstr 1009). DOI: 10.1200/JCO.2024.42.16_suppl.1009