Onconews - Ribociclibe reduz o risco de recorrência no subgrupo N0 de câncer de mama inicial: novos dados do ensaio NATALEE

Análise de subgrupo do estudo de fase 3 NATALEE apresentada no ASCO 2024 demonstrou que a adição de ribociclibe à terapia endócrina (ET) melhorou as taxas de sobrevida livre de doença invasiva (iDFS), sobrevida livre de recorrência à distância (DRFS) e sobrevida livre de doença à distância (DDFS) em pacientes com câncer de mama inicial HR+/HER2- de alto risco, com doença N0.

No estudo de fase 3 NATALEE, pacientes com câncer de mama inicial HR+/HER2- estágio II/III foram randomizados (R) 1:1 para ribociclibe (RIB), na dose de 400 mg/dia (3 semanas de uso/1 semana de descanso por 36 meses) + terapia endócrina (TE), considerando letrozol ou anastrozol por ≥60 meses) ou TE isoladamente. Homens e mulheres na pré-menopausa receberam goserrelina. Os pacientes puderam receber qualquer terapia endócrina (neo)adjuvante padrão ≤12 meses antes da randomização. Na população com intenção de tratar (ITT), 78% dos pacientes completaram 3 anos de tratamento com RIB  e 21% ainda permaneciam em tratamento no momento desta análise (data de corte de dados: 21 de julho de 2023; seguimento mediano, 33 meses).

Nesta análise de subgrupo, os pesquisadores relataram a eficácia e segurança de  ribociclibe no subgrupo N0, que considerou pacientes com T2N0 (estágio IIA; com doença de grau [G] 3 ou G2 e Ki-67 ≥20% ou alto risco genômico [HGR]), T3N0 (estágio IIB) e T4N0 (estágio IIIB);

No estudo NATALEE, de 2549 pacientes no grupo RIB + TE e 2552 para TE isoladamente, 285 (11%) e 328 (13%) tinham doença N0, respectivamente, com características bem equilibradas entre os braços. A maioria dos pacientes estava na pré-menopausa (RIB+TE: 67% vs. TE: 63%). Pacientes com doença N0 tinham doença em estágio IIA (RIB+TE: 74% vs. TE: 73%), estágio IIB (17% vs.13%) ou estágio IIIB (9% vs. 12%) (Tabela).

A maioria dos pacientes recebeu quimioterapia prévia (RIB +TE: 72% vs. TE isoladamente: 71%); TE prévia foi recebida por 59% vs. 62% dos pacientes com RIB + TE vs. TE isoladamente. Para pacientes com doença T2N0 tratados com RIB +TE vs TE, 49% vs 45% tinham doença G3 e 49% vs 53% tinham doença G2 (54% vs 56% com T2N0, G2 Ki-67 > 20%; 13% vs 23% com T2N0, G2, Ki-67 ≤ 20% / HGR ausente).

Consistente com a população ITT, RIB + TE melhorou a DFS vs TE isoladamente (HR, 0,72; IC 95%, 0,41-1,27; taxa de 3 anos, 93,2% vs 90,6%), sobrevida livre de doença distante (DDFS; HR, 0,70; IC 95%, 0,38-1,29; taxa de 3 anos, 94,3% vs 91,5%) e sobrevida livre de recorrência distante (DRFS; HR, 0,58; IC de 95%, 0,29-1,17; taxa de 3 anos, 96,3% vs 92,5%) em pacientes com doença N0 de alto risco.

O perfil de segurança de RIB no subgrupo N0 foi consistente com a população ITT. A taxa de descontinuação devido a eventos adversos de todos os graus foi de 24% vs 8% com RIB+TE vs TE isoladamente.

“ Esta análise do estudo NATALEE mostrou benefício de eficácia e um perfil de segurança administrável de RIB+TE vs TE isoladamente em pacientes com doença N0. As taxas de 3 anos de DFS, DDFS e DRFS no braço controle neste acompanhamento ressaltam o risco de recorrência para o subgrupo N0. Esses achados  apoiam o uso de RIB em pacientes com câncer de mama inicial HR+/HER2- com risco aumentado de recorrência, incluindo pacientes com doença N0”, concluem os autores.

Informações sobre o ensaio clínico: NCT03701334.

%

RIB + NSAI

NSAI alone

T statusa

  

T1

0

1

T2

74

74

T3

17

13

T4

9

12

Gradea

  

1

2

2

2

52

54

3

45

42

aWorst T status/grade derived from surgical specimen or at diagnosis for pts treated with neoadjuvant tx.

Referência:

Baseline (BL) characteristics and efficacy endpoints for patients (pts) with node-negative (N0) HR+/HER2− early breast cancer (EBC) in NATALEE.
ABSTRACT 512