O estudo RATIONALE-315 avaliou a eficácia e segurança da adição de tislelizumab perioperatório ou placebo à quimioterapia (QT) neoadjuvante em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) ressecável. No ELCC 2024 foram apresentados os principais resultados de cirurgia, demonstrando que a adição de tislelizumab à QT neoadjuvante foi acompanhado por melhora estatisticamente significativa na resposta patológica maior (MPR) e na taxa de resposta patológica completa, com segurança gerenciável.
Neste estudo (NCT04379635) foram inscritos pacientes na China com CPCNP estágio II-IIIA ressecável, sem tratamento prévio, com ECOG PS ≤1 e sem mutações conhecidas de EGFR ou translocações do gene ALK. Os pacientes (pts) elegíveis foram randomizados (1:1) para 3-4 ciclos de tislelizumab (TIS) 200 mg ou PBO, IV Q3W, mais QT, seguido de cirurgia e até 8 ciclos de TIS 400 mg ou PBO, IV Q6W adjuvante. Os endpoints primários foram resposta patológica maior (MPR, relatada anteriormente) e sobrevida livre de eventos. O principal endpoint secundário foi a taxa de resposta patológica completa (pCR). Os resultados da cirurgia foram desfechos exploratórios.
Os resultados mostram que 453 pacientes foram inscritos, com características basais semelhantes entre os braços. 190/226 pacientes (84,1%) no braço TIS e 173/227 (76,2%) no braço PBO foram submetidos à cirurgia definitiva (veja tabela abaixo). Os principais motivos para o cancelamento da cirurgia foram desistência dos pacientes (20 vs 28 pts), doença progressiva (6 vs 17 pts) e eventos adversos (EAs) (6 vs 2 pts), respectivamente.
Atrasos cirúrgicos ocorreram em 31 (16,3%) versus 22 (12,7%) pacientes, principalmente devido a EAs em 12 (6,3%) versus 6 (3,5%) pacientes nos braços TIS versus PBO, principalmente dentro de duas semanas. A ressecção R0 foi alcançada em 95,3% dos pacientes no braço TIS versus 93,1% no braço PBO. A duração média da cirurgia (2,7 vs 2,8 horas) e a duração da hospitalização (7 vs 7 dias) foram semelhantes entre os braços.
Nos braços TIS vs PBO, EAs de qualquer grau e taxas de complicações pós-operatórias de grau ≥3 foram 63,7% vs 61,3% e 11,1% vs 15,6%, e a mortalidade pós-operatória em 90 dias foi de 3 pts (1,3%) vs. 4 pts (1,8%), respectivamente.
“O tratamento perioperatório com tislelizumab mais QT neoadjuvante não teve impacto na viabilidade e integridade da cirurgia e foi acompanhado por melhora estatisticamente significativa na MPR e pCR, com segurança gerenciável, indicando que tislelizumab é uma opção de tratamento perioperatório para pacientes com CPCNP ressecável”, concluem os autores.
Este estudo está registrado na plataforma ClinicalTrials: NCT04379635.
Types and approaches of surgery in the RATIONALE-315 study
TIS Arm (n=190) | PBO Arm (n=173) | |
Type of surgery, n (%) | ||
Lobectomy | 135 (71.1) | 106 (61.3) |
Pneumonectomy | 16 (8.4) | 21 (12.1) |
Sleeve lobectomy | 20 (10.5) | 16 (9.2) |
Bilobectomy | 18 (9.5) | 29 (16.8) |
Segmentectomy | 1 (0.5) | 1 (0.6) |
Approach of surgery, n (%) | ||
Open | 65 (34.2) | 70 (40.5) |
Minimally invasive | 114 (60.0) | 87 (50.3) |
Minimally invasive to thoracotomy | 11 (5.8) | 16 (9.2) |
Data cutoff: August 21, 2023. Abbreviations: PBO, placebo; TIS, tislelizumab.
Referência: 108O - Surgical outcomes from RATIONALE-315: Randomized, double-blind, phase III study of perioperative tislelizumab with neoadjuvant chemotherapy in resectable NSCLC (ID 9)
Speaker: Dongsheng Yue (Tianjin, China)