Onconews - DESTINY-Breast06: T-DXd mostra benefício após terapia endócrina no câncer de mama RH+ metastático

Em pacientes com câncer de mama metastático receptor hormonal positivo (RH+), HER2-low ou HER2-ultralow que receberam uma ou mais linhas de terapia endócrina, o tratamento com trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) resultou em uma sobrevida livre de progressão mais longa em comparação com a quimioterapia padrão. Os resultados são do ensaio de Fase 3 DESTINY-Breast06, apresentado no ESMO 2024 e publicado simultaneamente na New England Journal of Medicine (NEJM), em artigo com participação do oncologista brasileiro Carlos Barrios (foto).

Os resultados em pacientes com câncer de mama metastático receptor hormonal positivo (RH+) pioram após uma ou mais linhas de terapia endócrina. Trastuzumabe deruxtecana demonstrou eficácia em pacientes com câncer de mama metastático com baixa expressão de HER2 após quimioterapia anterior.

O estudo de Fase 3 DESTINY-Breast06, multicêntrico, aberto, incluiu pacientes com câncer de mama metastático positivo para receptor hormonal (RH+) com baixa expressão de HER2 (HER2-low; pontuação de 1+ ou 2+ na análise imunohistoquímica [IHC] e resultados negativos na hibridização in situ) ou expressão de HER2-ultrabaixa (HER2-ultralow; IHC 0 com coloração de membrana) que receberam uma ou mais linhas de terapia endócrina e nenhuma quimioterapia anterior para câncer de mama metastático.

As pacientes foram randomizadas em uma proporção 1:1 para receber trastuzumabe deruxtecana ou quimioterapia de escolha do médico. O desfecho primário foi a sobrevida livre de progressão (de acordo com uma revisão central independente e cega) entre pacientes com doença HER2-low. Os desfechos secundários incluíram sobrevida livre de progressão entre todas as pacientes submetidas à randomização, sobrevida global e segurança.

Resultados

Entre 866 pacientes submetidas à randomização, 713 tinham doença HER2-low e 153 tinham doença HER2-ultralow. Entre as pacientes com doença HER2-low, a sobrevida livre de progressão mediana foi de 13,2 meses (intervalo de confiança [IC] de 95%, 11,4 a 15,2) no grupo trastuzumabe deruxtecana e 8,1 meses (IC 95%, 7,0 a 9,0) no grupo de quimioterapia (razão de risco para progressão de doença ou morte, 0,62; IC 95%, 0,51 a 0,74; P<0,001); os resultados foram consistentes na população exploratória de HER2-ultralow. Os dados de sobrevida global eram imaturos.

Eventos adversos de grau 3 ou superior ocorreram em 52,8% das pacientes no braço trastuzumabe deruxtecana e em 44,4% daquelas no braço de quimioterapia. Doença pulmonar intersticial ou pneumonite ocorreram em 49 pacientes (11,3%; três eventos foram grau 5) e em 1 paciente (0,2%; grau 2), respectivamente.

“Entre pacientes com câncer de mama metastático positivo para receptor hormonal, HER2-low ou HER2-ultralow que receberam uma ou mais linhas de terapia endócrina, o tratamento com trastuzumabe deruxtecana resultou em uma sobrevida livre de progressão mais longa do que a quimioterapia. Nenhum novo sinal de segurança foi identificado”, concluíram os autores.

O estudo foi financiado pelas farmacêuticas AstraZeneca e Daiichi Sankyo e está registrado em ClinicalTrials.gov, NCT04494425.

Referência:

Trastuzumab Deruxtecan after Endocrine Therapy in Metastatic Breast Cancer - Aditya Bardia, M.D., Xichun Hu, M.D.,  h.D., Rebecca Dent, M.D., Kan Yonemori, M.D., Carlos H. Barrios, M.D., Joyce A. O’Shaughnessy, M.D., Hans Wildiers, M.D., Ph.D.,et al for the DESTINY-Breast06 Trial Investigators