Onconews - LAURA: osimertinibe mostra novos dados de eficácia no CPCNP e confirma benefício no SNC

No estudo LAURA, osimertinibe aumentou a sobrevida livre de progressão (SLP) de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) irressecável, estágio III, com mutação de EGFR, sem progressão após quimiorradioterapia definitiva, com benefício clínico e estatisticamente significativo. No ESMO 2024 novos dados demonstram que osimertinibe diminuiu o risco de progressão ou morte por metástases cerebrais (HR =0,17) e aumentou significativamente a SLP nessa população de pacientes.

Metástases à distância do CPCNP são um fator de prognóstico ruim, que pode impactar negativamente a qualidade de vida. O Sistema Nervoso Central (SNC) é um local comum de progressão distante no CPCNP em pacientes com mutação do EGFR (EGFRm).

Osimertinibe (osi) é um inibidor de tirosina quinase do receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR-TKI) de terceira geração recomendado no tratamento do câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP), em pacientes com doença avançada e mutação EGFR (EGFRm), assim como é recomendado no tratamento adjuvante para CPCNP EGFRm ressecado.

Nesta análise do estudo LAURA (NCT03521154), pacientes adultos (≥18 anos)  com CPCNP com doença irressecável, estágio III, sem progressão após quimiorradioterapia definitiva à base de platina, foram randomizados 2:1 para receber osi 80 mg ou placebo (PBO) uma vez ao dia, até progressão/descontinuação confirmada por BICR. Imagens, incluindo ressonância magnética cerebral, foram obrigatórias no início do estudo, a cada 8 semanas até a semana 48, depois a cada 12 semanas até a progressão. O desfecho primário foi SLP por revisão central independente e cega (BICR, na sigla em inglês) conforme RECIST v1.1. Dados de SLP no SNC pelo neurorradiologista BICR e tempo até a morte por metástases distantes (TTDM) por BICR, conforme RECIST v1.1, foram desfechos secundários.

Resultados

Os resultados têm como base de análise 216 pacientes randomizados para osi (n=143) ou PBO (n=73). Na data do corte de dados (5 de janeiro de 2024), a SLP mediana no SNC avaliada por BICR (IC de 95%): não alcançada  com osi vs 14,9 meses (7,4, NC) com PBO (Tabela). A razão de risco (HR) de SLP no SNC (IC de 95%) foi de 0,17 (0,09, 0,32). O risco de progressão do SNC por avaliação do investigador foi consistente com a avaliação do BICR. A incidência cumulativa de progressão do SNC em 12 meses (IC de 95%): osi 9% (5, 14), PBO 36% (24, 47).  Os pesquisadores também descrevem melhora clinicamente significativa no TTDM com osi vs PBO (HR 0,21; IC de 95% 0,11, 0,38). A incidência cumulativa de TTDM em 12 meses (IC de 95%): osi 11% (6, 17), PBO 37% (26, 48).

 Tabela: 1241MO

 

Osimertinib (n=143)

Placebo (n=73)

Median CNS PFS by neuroradiologist BICR, months (95% CI)

NR (NC, NC)

14.9 (7.4, NC)

CNS PFS events, n (%)

29 (20)

30 (41)

CNS progression / death , n (%)

18 (13) / 11 (8)

26 (36) / 4 (5)

HR (95% CI)

0.17 (0.09, 0.32)

 

Median TTDM by BICR, months (95% CI)

NR (39.3, NC)

13.0 (9.0, NC)

TTDM events , n (%)

33 (23)

31 (42)

HR (95% CI)

0.21 (0.11, 0.38)

 

∗Death in the absence of CNS progression

†Patients with distant mts or death in the absence of distant mts BICR, blinded independent central review; CI, confidence interval; CNS, central nervous system; HR, hazard ratio; mts, metastases; NC, not calculable; NR, not reached; PFS, progression-free survival; TTDM, time to death/distant mts

Referência:

1241MO - Osimertinib (osi) after definitive chemoradiotherapy (CRT) in unresectable (UR) stg III EGFRm NSCLC: Analyses of CNS and distant progression from the phase III LAURA study

Speakers: Shun Lu (Shanghai, China)