Onconews - Pesquisa global da IASLC revela progressos e barreiras aos testes de biomarcadores no câncer de pulmão

Questões relacionadas ao custo e à qualidade da amostra estão entre as barreiras à implementação dos testes de biomarcadores para o adequado diagnóstico e tratamento do câncer de pulmão. É o que mostram os resultados da Pesquisa Global de Testes de Biomarcadores divulgada na abertura da Conferência Mundial sobre Câncer de Pulmão (WCLC 2024), em apresentação de Matthew Smeltzer, da Universidade de Memphis, Tennessee.

Realizada pela Associação Internacional para o Estudo do Câncer de Pulmão (IASLC), a pesquisa buscou explorar dados demográficos, práticas e percepções atuais, assim como analisou o cenário da patologia, a solicitação de exames ou de tratamentos, a aquisição de tecidos e barreiras para exames ideais, além de potenciais soluções. Traduzida para seis idiomas (inglês, francês, japonês, chinês, português e espanhol), a pesquisa contou com a participação de 1.677 respondentes, de 90 países, compreendendo 14 disciplinas médicas.

O mesmo estudo foi realizado em 2018, quando revelou que a adoção dos testes de biomarcadores era limitada em razão do custo, falta de qualidade e padrões, acesso, conscientização e longos tempos de resposta. Agora, apesar de identificar uma mudança positiva na percepção e frequência dos testes de biomarcadores, a pesquisa de 2024 mostra que ainda persistem desafios.

Os dados atuais mostram que 67% dos entrevistados relataram que mais da metade dos pacientes com câncer de pulmão são testados em seu país - um aumento significativo em relação aos 39% relatados em 2018. Apesar desse progresso, barreiras relacionadas a custo (27,2%), tempo (13,9%) e qualidade da amostra (13,8%) aparecem como os principais desafios. O status do biomarcador é vital para informar o tratamento de pacientes com câncer de pulmão e, apesar de novas opções terapêuticas direcionadas a perfis moleculares específicos, 43% dos entrevistados relataram tratar pacientes antes de receber os resultados dos biomarcadores.

Os entrevistados de países de renda alta/média-alta (HUMIC) expressaram maior

apoio do sistema de saúde para testes de biomarcadores em comparação com aqueles de países de renda baixa/média (LMIC), onde apenas 18,6% notaram apoio semelhante.

Os respondentes também sugeriram uma série de métodos para melhorar os testes de biomarcadores, incluindo educação para provedores e pacientes, processos clínicos simplificados por meio de testes de reflexo, aumento do financiamento de fontes governamentais e de seguros.

Ao comentar os resultados, Matthew Smeltzer, da Universidade de Memphis, disse que a IASLC planeja lançar uma série de iniciativas para abordar as áreas críticas, com o objetivo de melhorar a conscientização, acesso, processos e políticas. "Os resultados da pesquisa refletem tanto o progresso feito, quanto o trabalho ainda necessário para garantir que os testes de biomarcadores se tornem parte do tratamento do câncer de pulmão em todo o mundo", destacou.

Referência:

3000 The 2024 International Association for the Study of Lung Cancer - (IASLC) Global Survey on Biomarker Testing -- Matthew Smeltzer, University of Memphis