A combinação de durvalumabe com quimioterapia (QT) à base de platina mostrou atividade promissora em pacientes com carcinoma urotelial do trato superior após nefroureterectomia radical. É o que revelam resultados de estudo de fase II apresentados no ASCO GU 2025 por Nadine Houede (foto), do Departamento de Oncologia da Universidade de Montpellier, demonstrando que a combinação resultou em alta taxa de resposta patológica completa. O estudo teve publicação simultânea no Journal of Clinical Oncology (JCO).
A maioria dos pacientes após nefroureterectomia radical (RNU) para carcinoma urotelial do trato superior (UTUC) enfrenta prognóstico ruim. A combinação de quimioterapia e imunoterapia no cenário neoadjuvante demonstrou melhora na sobrevida em vários tumores. Terapia sistêmica adicional neste cenário de tratamento pode prolongar a sobrevida de pacientes com UTUC, especialmente aqueles após RNU que não são elegíveis para receber quimioterapia nefrotóxica.
Neste ensaio clínico de fase 2 (NCT04617756), conduzido em 10 centros franceses, foram elegíveis pacientes com doença não metastática de alto grau na biópsia ureteroscópica do tumor ou na citologia da urina e aspecto infiltrativo da pelve renal/parede ureteral na imagem de tomografia computadorizada (TC). Os participantes receberam uma combinação de durvalumabe/gemcitabina/cisplatina (coorte 1) ou carboplatina (coorte 2) a cada 3 semanas por um total de 4 ciclos com base na taxa de filtração glomerular, antes da RNU. O objetivo primário foi avaliar a taxa de resposta patológica completa (ypT0) (pCR) de cada combinação.
Um total de 50 pacientes foram inscritos entre 2021 e 2023 (31 na coorte 1 e 19 na coorte 2). A idade média foi de 66 anos (variação de 38 a 79), 58% homens. Os resultados relatados no ASCO GU mostram que 90% dos pacientes (44) receberam 4 ciclos de tratamento, 3 pacientes 3 ciclos e 2 pacientes receberam 2 ciclos. Cinco pacientes mudaram para carboplatina durante a quimioterapia. Na coorte 1 foram observados 65% dos pacientes (20/31) com tumor residual não infiltrativo e na coorte 2 um total de 42% (9/19) apresentaram tumor residual (veja tabela).
O desfecho secundário foi a segurança. A análise mostra que nenhum evento adverso (EA) mediado por imunoterapia foi observado. Dois pacientes tiveram neutropenia de grau 3, enquanto 1 paciente teve neutropenia grau 4; 1 paciente teve trombocitopenia de grau 3 e 1 anemia de grau 3.
“A combinação de durvalumabe com quimioterapia à base de platina, especialmente cisplatina, mostrou atividade promissora em UTUC, com a ocorrência de respostas completas e alta taxa de tumor residual não infiltrativo. O perfil de segurança foi seguro sem aumentar o risco cirúrgico”, concluem os autores. Um estudo randomizado de Fase 3 controlado comparando quimioterapia neoadjuvante com quimioterapia combinada com imunoterapia em pacientes com UTUC localizada de alto risco (iNDUCT-3) será aberto em breve para validar esses resultados.
Pathological response rate
ypT0 | ypTIS /ypTa | ypT1 | ypT2 | ypT3 | ypT4 | Missing data | Withdrawal surgery | Total | |
Cis-Gem Durva | 4 (13%) | 5 (16%) | 11 (36%) | 1 (3%) | 6 (19%) | 1 (3%) | 1 | 2 | 31 |
Carbo-Gem Durva | 1 (5%) | 6 (32%) | 1 (5%) | 3 (16%) | 5 (26%) | 1 (5%) | 1 | 1 | 19 |
Referência:
Safety and efficacy of neoadjuvant immunotherapy with durvalumab (MEDI 4736) in combination with neoadjuvant chemotherapy (gemcitabine/cisplatin or carboplatin) in patients with operable high-risk upper tract urothelial carcinoma
First Author: Nadine Houede
Meeting: 2025 ASCO Genitourinary Cancers Symposium
Session Type: Oral Abstract Session
Session Title: Oral Abstract Session B: Urothelial Carcinoma
Track: Urothelial Carcinoma
Sub Track: Therapeutics
Clinical Trial Registration Number: NCT04617756
Citation: J Clin Oncol 43, 2025 (suppl 5; abstr 661)
Abstract: #661