Onconews - COTRIMS: RPLND mostra altas taxas de cura no seminoma metastático

Destacado em sessão oral no ASCO GU 2025, o estudo COTRIMS avaliou a eficácia da linfadenectomia retroperitoneal primária (RPLND) sem quimioterapia adjuvante em seminomas com estágio clínico IIA/B. Os resultados apresentados por Axel Heidenreich (foto), chefe do Departamento de Urologia do Hospital Universitário de Cologne, mostram que RPLND resulta em altas taxas de cura associadas à baixa frequência de complicações e deve ser incluída nas opções de tratamento. O estudo também sugere que o biomarcador miR371 é sensível para prever a presença de metástases.

A radiação ou quimioterapia representam o tratamento padrão no seminoma com estágio clínico IIA/B. Apesar das altas taxas de cura, ambas as modalidades estão associadas a toxicidades significativas a longo prazo.

Neste estudo prospectivo, foram incluídos 34 pacientes com seminomas puros com estágio clínico IIA/B. Os critérios de exclusão foram quimioterapia adjuvante após orquiectomia, estágio clínico superior (CS IIC), cirurgia retroperitoneal prévia ou radiação, marcadores tumorais positivos. Todos os pacientes foram submetidos a RPLND poupadora de nervos com um molde unilateral; nenhuma quimioterapia adjuvante foi administrada. O acompanhamento foi feito de acordo com as diretrizes da EAU. Em 22 pacientes, o miR371 foi avaliado no pré-operatório e correlacionado com a histopatologia dos linfonodos. O desfecho primário do estudo foi uma taxa livre de recidiva de < 20% em 3 anos.

A idade média dos participantes foi de 34,2 anos (21-54) e o acompanhamento médio e mediano foi de 41,5 meses (4-73) e 33,4 meses (13-56), respectivamente. Os pesquisadores relatam que 22 e 12 pacientes tiveram CS IIA e CS IIB, respectivamente. O tempo médio de OR, perda de sangue e hospitalização foi de 131 (105-195) min, < 150 ml e 4 (3-9) dias. Quatro (11,7%) pacientes apresentaram complicação de Clavien Dindo 3a. A ejaculação anterógrada foi preservada em 88%. Uma média de 19 (7-57) linfonodos foram dissecados. O número médio de linfonodos positivos foi de 1,4 (1-2), o diâmetro médio foi de 2,3 cm (0,8-4,1). Seminoma estava presente em 85%, não-malignidade e não-seminoma foram encontrados em 8,9% e 5,9%.

A análise mostra que o biomarcador miR371 foi positivo em 17/18 pacientes com metástases e negativo em 3/3 com lesões benignas. Quatro (11,7%) pacientes recidivaram após 4, 6, 9 e 12 meses e todos foram salvos pela quimioterapia.

“RPLND resulta em altas taxas de cura associadas à baixa frequência de complicações relacionadas à cirurgia, mesmo após um acompanhamento de cerca de 3 anos. Quase 90% dos pacientes podem ser tratados sem quimioterapia sistêmica. RPLNSD deve ser incluída nas opções de tratamento para seminomas CS IIA/B. miR371 parece ser um biomarcador válido para prever a presença de metástases em linfonodos.