Análise interina do ensaio ENZA-p com acompanhamento mediano de 20 meses mostrou melhora na sobrevida livre de progressão do PSA e na profundidade da resposta do PSA com a adição de LuPSMA à enzalutamida como tratamento de primeira linha para câncer de próstata metastático resistente à castração (CPRCm) de alto risco. No ASCO GU 2025, dados de acompanhamento mais prolongado apresentados por Louise Emmett (foto) mostram que LuPSMA mais enzalutamida melhorou a sobrevida global (mediana de 34 vs 26 meses) e foi superior em todos os desfechos avaliados, incluindo saúde global e qualidade de vida.
Neste estudo (NCT04419402), foram randomizados 162 participantes para enzalutamida (enza) na dose de 160 mg/dia isoladamente ou em combinação com (2 ou 4 doses) de [177Lu]Lu-PSMA-617 (LuPSMA) na dose de 7,5 GBq. Foram elegíveis pacientes sem tratamento prévio com quimioterapia ou inibidor da via do receptor de andrógeno para CPRCm, com doença captante de PET 68Ga-PSMA e pelo menos 2 fatores de risco para progressão precoce em enza isoladamente.
De acordo com o protocolo, a avaliação de qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) deve ser avaliada com o questionário de qualidade de vida principal do EORTC a cada 6 semanas, até a progressão radiológica. A sobrevida livre de deterioração considerou o mais precoce entre morte, progressão clínica, descontinuação do tratamento do estudo ou piora de 10 pontos ou mais da linha de base na função física ou na saúde global e qualidade de vida (OHQL, de overall health and quality of life).
Os escores de QVRS foram analisados com modelagem de medidas repetidas para calcular médias e diferenças de grupo. Os escores de QVRS variam de 0 (mais baixo possível) a 100 (mais alto possível). Os dados de tempo até o evento foram analisados com o método de Kaplan-Meier, teste de log rank estratificado e regressão de riscos proporcionais de Cox estratificados. As análises desses desfechos secundários foram especificadas a priori e são por intenção de tratar. Os valores de p e intervalos de confiança são bilaterais sem ajuste para comparações múltiplas.
Um total de 96 mortes foram relatadas após acompanhamento mediano de 34 meses (IQR 29-39): 53 entre aqueles randomizados para enza e 43 entre aqueles da combinação enza+LuPSMA. A sobrevida global foi maior no grupo enza +LuPSMA do que no grupo enza (mediana de 34 vs 26 meses; HR 0,55, IC de 95% 0,36 a 0,84; p=0,005). Trinta de 79 (38%) participantes no braço enza receberam LuPSMA subsequente fora do estudo. A HRQL foi avaliada por 154 de 162 participantes (95%). As taxas de sobrevida livre de deterioração em 12 meses e os valores de p estratificados de log-rank favoreceram enza+LuPSMA para OHQL (40% v 13%; p < 0,001) e para função física (38% v 17%; p < 0,001). As pontuações médias para dor até a progressão favoreceram o grupo enza+LuPSMA sobre o grupo enza sozinho (diferença 7,2, IC de 95% 1,6 a 13; p = 0,01). As pontuações médias para fadiga até a progressão favoreceram o grupo enza+LuPSMA sobre o grupo enza-sozinho (diferença 5,9, IC de 95% 1,1 a 10,7; p = 0,02). A frequência de xerostomia autoavaliada foi menor no grupo enza sozinho do que na combinação enza+LuPSMA (74% vs. 57%; p=0,04).
Em síntese, a adição de LuPSMA à enzalutamida em CPRCm de alto risco melhorou a sobrevida global, pontuações para dor e fadiga, sobrevida livre de deterioração para função física e OHQL.
Referência:
Overall survival and quality of life with [177Lu] Lu-PSMA-617 plus enzalutamide versus enzalutamide alone in poor-risk, metastatic, castration-resistant prostate cancer in ENZA-p (ANZUP 1901).
First Author: Louise Emmett, MD, FRACP, MBChB
Meeting: 2025 ASCO Genitourinary Cancers Symposium
Session Type: General Session
Session Title: Understanding Radioligand Therapies for Advanced Prostate Cancer
Track: Prostate Cancer - Advanced
Subtrack: Therapeutics
Abstract #: 17
Citation: DOI: 10.1200/JCO.2025.43.5_suppl.17