Onconews - Destaques dos simpósios de tumores de mama e gastrointestinais do NOB

Evento_Mama_Gastro_NOB.jpgAs oncologistas Renata Costa Cangussu e Mirela Souto Brito, do Núcleo de Oncologia da Bahia (NOB), do Grupo Oncoclínicas, comentam os destaques do 8° Simpósio Internacional de Atualização em Câncer de Mama e do 7° Simpósio Internacional de Atualização em Câncer Gastrointestinal, que aconteceram entre os dias 19 e 21 de maio na Praia do Forte.

Atualização em câncer gastrointestinal 

Por Mirela Souto Brito
 
O 7o Simpósio Internacional de Atualização em Câncer Gastrointestinal ocorreu entre os dias 19 e 21 de maio, na Praia do Forte (BA), e contou com a participação de oncologistas, cirurgiões, endoscopistas, radioterapeutas e radiologistas clínicos e intervencionistas.
 
O evento permitiu uma interação constante entre a plateia e palestrantes, em especial durante a apresentação de casos clínicos. Convidados internacionais e oncologistas de todo o país puderam discorrer sobre diferentes abordagens relacionadas ao manejo diagnóstico e terapêutico e trocar experiências de acordo com a realidade de cada serviço.
 
No módulo sobre câncer de reto houve uma rica discussão sobre o protocolo de watch and wait para pacientes com resposta clínica completa após tratamento neoadjuvante. Contamos com a presença de membros pertencentes ao grupo pioneiro no desenvolvimento dessa estratégia, ainda experimental.
 
A mesa redonda sobre tumores de pâncreas localmente avançados e borderline também proporcionou um excelente debate em relação ao tratamento neoadjuvante. Várias questões controversas como a dificuldade na avaliação de resposta após o tratamento inicial, o papel da radioterapia pré-operatória e tratamento quimioterápico adicional conforme resposta patológica foram abordadas. Como o protocolo ainda não está fortemente consolidado na literatura, a experiência pessoal de cada oncologista enriqueceu ainda mais a discussão. A publicação do LAP-07, há poucos dias, também apimentou a discussão. Apesar do trial ter sido negativo, uma das questões levantadas no simpósio foi a extrapolação dos resultados para outros regimes, já que o tratamento neoadjuvante baseado em gemcitabina com ou sem erlotinibe não é compatível com a pratica clínica da maioria dos serviços.
 
Perspectivas futuras de novas opções terapêuticas foram abordadas através da apresentação de resultados preliminares de estudos recentes. A possível atuação dos agentes anti-PD1 nos tumores de cólon e reto portadores de instabilidade de microssatélite foi debatido com base no estudo apresentado na plenária da ASCO em 2015. A imunoterapia também obteve destaque no módulo de Hepatocarcinoma através da demonstração de dados animadores também publicados no ano passado, com previsão de atualização na ASCO de 2016. Em relação à terapia alvo, a ênfase foi para o papel do duplo bloqueio de HER-2 no câncer gastro-esofágico avançado, com a apresentação do desenho do estudo ainda em recrutamento que avalia a adição do pertuzumabe ao trastuzumabe e drogas citotóxicas.
 
A participação ativa de todos foi fundamental para o sucesso do Simpósio. Agradecemos imensamente a todos os convidados, debatedores e palestrantes e contamos com a presença de todos no nosso próximo encontro em 2018. 

Panorama do câncer de mama

Por Renata Costa Cangussu
 
Nessa oitava edição do Simpósio tivemos a oportunidade de discutir sobre os mais diversos aspectos do câncer de mama. A mesa inicial abordou alguns tópicos sobre o diagnóstico, como o papel da elastografia e ressonância nuclear no planejamento cirúrgico. Posteriormente, foi discutida toda a evolução do tratamento desde a doença inicial até a metastática, sempre com os pontos mais controversos e atuais.
 
Com a participação de diversos especialistas de renome, após a exposição e atualização dos temas um momento era reservado para a discussão, sempre enriquecedora e marcadamente participativa. O formato do evento, que promoveu a participação ativa de toda a plateia, permitiu uma importante troca de experiências, especialmente nas discussões de casos clínicos.
 
No sábado, durante a mesa sobre os tópicos especiais, foram discutidos temas como síndrome metabólica e obesidade no câncer de mama, tratamento individualizado para as pacientes idosas e a melhor maneira de conduzir pacientes de alto risco sem mutação confirmada. Essas são situações com as quais nos confrontamos no dia a dia, mas não temos uma resposta definida na literatura. Por isso, contar com a presença de experts para a discussão desses casos foi essencial.