A gigante sul-coreana Celltrion lidera a corrida dos biossimilares na oncologia, com um volume de vendas que ultrapassou 34 bilhões de dólares em 2017.
Agora, a companhia prepara novo salto, com a aprovação do registro do trastuzumabe biossimilar (Herzuma) pela Comissão Europeia para tratamento de pacientes com câncer de mama metastático e câncer gástrico avançado em tumores com amplificação ou superexpressão de HER2. A decisão foi anunciada dia 14 de fevereiro e acompanhou o parecer positivo emitido em dezembro do ano passado pelo Committee for Medicinal Products for Human Use (CHMP).
Com duas fábricas de biossimilares na Coréia do Sul, a Celltrion planeja construir sua primeira planta na Europa, fortemente ancorada na venda do trastuzumabe biossimilar Herzuma®. O anti-HER2 de fabricação asiática já movimenta US$ 7 bilhões anuais em vendas, disputando um setor que se abriu com a queda da proteção patentária do medicamento de referência (Herceptin, da Roche).
Diante do elevado custo do tratamento do câncer, os biossimilares chegam como alternativa estratégica para ampliar o acesso e fazer frente à crescente pressão dos preços. Na Europa, a evolução das vendas do biossimilar de rituximabe (Rituxan/ MabThera) surpreendeu, indicando que a competição no setor está apenas começando. Para a Celltrion, a compra dessa molécula biossimilar representou uma economia de 1,2 bilhão de euros (US $ 1,5 bilhão) em cinco anos para os sistemas de saúde europeus.
Relatório da IMS publicado em 2016 estimou uma economia de US$ 56 a US$ 110 bilhões até 2020 nos EUA e Europa com a expansão dos biossimilares.
As ações da companhia continuam em alta e praticamente dobraram no ano passado, ultrapassando grandes corporações do mercado asiático, como a Huyndai Motors. Para os analistas, é a resposta do mercado diante da forte expectativa em torno das vendas dos biossimilares da Celltrion nos EUA e Europa.
O Citigroup prevê que o mercado biossimilar global alcance vendas anuais de US $ 18 bilhões até 2025.