A Bristol-Myers Squibb anunciou aliança com a farmacêutica japonesa Kyowa Hakko Kirin para testar uma combinação de duas imunoterapias do pipeline das empresas. Essa é mais uma estratégia em um aquecido ambiente de mercado.
O novo esquema de tratamento vai ser avaliado em estudo de fase I/II nos Estados Unidos com o mogamulizumab (Poteligeo, da Kyowa), um anticorpo anti-CCR4, e o nivolumab (Opdivo, da BMS), uma das principais imunoterapias anti-PD1 em tumores sólidos avançados ou metastáticos. O mesmo modelo de colaboração vai permitir estudos também no Japão, com o apoio da Ono Pharmaceutical.
"Temos o prazer de conduzir um estudo conjunto com a Bristol-Myers Squibb não só no Japão, mas também nos EUA", diz Yoichi Sato, diretor-geral executivo da Kyowa Hakko Kirin. "Acreditamos que a combinação destas duas imunoterapias tem o potencial de produzir melhores resultados em pacientes com cânceres avançados em relação aos tratamentos existentes", diz Yoichi Sato, diretor-geral executivo da Kyowa Hakko Kirin.
Os termos financeiros do acordo não foram divulgados.
O mercado de imunoterapia, que está sendo apontado como uma das áreas mais promissoras de tratamento do câncer, não mostra sinais de arrefecimento. Ao lado do promissor negócio BMS-Kyowa, também foi anunciada uma nova colaboração entre a Sanofi e a Regeneron para pesquisa na área, além da aquisição da especialista em imuno-oncologia cCAM pela Merck.
A Merck, que é a principal rival da BMS nesse mercado, teve seu medicamento anti-PD1 pembrolizumab (Keytruda) aprovado na União Europeia para o tratamento de melanoma, um dia após o nivolumab também ter ganhado uma nova indicação da UE para câncer de pulmão.
A disputa também deve ter participação da Roche, que anunciou resultados encorajadores com o anticorpo atezolizumab no estudo de fase II em carcinoma urotelial de bexiga (IMvigor 210), e já alimenta planos de múltiplas indicações no futuro, com mais de onze ensaios em andamento.