A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do anti PD-L1 atezolizumabe (TECENTRIQ®, da Roche) no tratamento do carcinoma urotelial e no tratamento de pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) que progrediram à quimioterapia com platina. A decisão da Anvisa foi baseada nas evidências do estudo IMvigor 2010, que mostrou resultados da imunoterapia com atezolizumabe como tratamento inicial em pacientes com tumor urotelial localmente avançado ou metastático. No CPNPC, as evidências vêm do estudo OAK, o primeiro de fase III a avaliar um anticorpo anti PD-L1 no CPNPC.
O estudo OAK incluiu globalmente 1.225 pacientes com CPNPC metastático e mostrou impacto na sobrevida global, com mediana de 13,8 meses versus de 9,6 meses no grupo tratado exclusivamente com docetaxel (HR de 0,73; P = .0003). As taxas de sobrevida global em 12 meses foram de 55% no braço de atezolizumabe versus 41% no braço de docetaxel. Aos 18 meses, as taxas foram de 40% e 27%, respectivamente.
Em um seguimento mínimo de 19 meses, o maior benefício para atezolizumabe em CPNPC foi observado em pacientes com expressão de PD-L1 ≥ 50% nas células tumorais (20,5 vs 8,9 meses, HR= 0,41; P < .0001). Dados da análise de subgrupos mostram que atezolizumab tende a trazer respostas mais expressivas em pacientes que nunca foram tabagistas.
Pacientes com mutações acionáveis (EGFR/ALK/ ROS1) devem receber terapia-alvo como tratamento prévio, antes de iniciar imunoterapia.
Atezolizumabe é a primeira imunoterapia anti-PD-L1 aprovada no Brasil.