A Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) divulgou um conjunto de recomendações para apoiar a comunidade oncológica a tomar decisões sobre a alocação de recursos escassos de saúde durante a pandemia de COVID-19. O objetivo é garantir que as perspectivas de pacientes com câncer e oncologistas sejam incluídas em todas essas decisões. As recomendações foram desenvolvidas pelo Comitê de Ética da ASCO, aprovadas pelo Conselho de Administração e aceitas após revisão por pares para publicação futura no Journal of Clinical Oncology.
As recomendações são uma resposta aos relatórios dos membros da Sociedade de que o tratamento do câncer está sendo afetado pela pandemia. Em algumas áreas geográficas, a expectativa é que a crise em curso exija mais recursos - incluindo ventiladores, leitos de cuidados intensivos e medicamentos - do que os sistemas de saúde podem fornecer, e as instituições precisarão desenvolver políticas de decisão de alocação conforme fornecem cuidado a um número crescente de pacientes. A iniciativa da ASCO incentiva o desenvolvimento de políticas justas e equitativas no sistema de saúde para alocação de recursos, especialmente fontes de cuidados críticos, e busca promover o envolvimento de oncologistas na implementação dessas políticas para garantir que as necessidades dos pacientes com câncer e suas equipes de atendimento sejam levadas em consideração no desenvolvimento de políticas institucionais.
"Como as instituições de saúde tomam decisões difíceis sobre onde e como implantar seus recursos durante a crise do COVID-19, elas devem garantir que as abordagens de alocação não neguem incondicionalmente o acesso dos pacientes com câncer aos recursos", disse Howard A. Burris III, presidente da ASCO. “Um diagnóstico de câncer por si só não deve impedir o paciente de ter uma chance justa de acessar recursos com potencial de salvar vidas, mesmo em uma crise de saúde pública”, acrescentou.
Entre as recomendações estão o desenvolvimento de uma política justa e consistente de priorização e alocação de recursos, onde as decisões devem ser tomadas em nível institucional; alocação de recursos baseada na maximização dos benefícios à saúde; trabalho conjunto entre oncologistas e instituições sobre a melhor forma de utilizar recursos escassos para atendimento e apoio a pacientes com câncer; comunicação de planos e decisões de alocação aos pacientes com compaixão e honestidade, com o devido apoio oferecido aos oncologistas pelas instituições; engajamento em discussões prévias de planejamento de cuidados com seus pacientes, documentando cuidadosamente as preferências dos pacientes em relação aos objetivos do cuidado, principalmente aos cuidados em fim de vida.
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