Onconews - Atividade física retarda o desenvolvimento do adenocarcinoma ductal pancreático associado à obesidade

A atividade física reduz a inflamação e induz mudanças na sinalização relacionada ao tecido adiposo para suprimir o câncer pancreático, apoiando o potencial das estratégias de controle da obesidade para reduzir o risco de desenvolver câncer de pâncreas. É o que  destacam  os resultados de estudo de Pita-Grisanti e colegas, em artigo na Cancer Research.

A obesidade é um fator de risco para adenocarcinoma ductal pancreático (PDAC, na sigla em inglês). Neste estudo, os pesquisadores avaliaram se diminuir a obesidade por meio de atividade física (AF) e/ou mudanças na dieta poderia diminuir a inflamação em humanos e prevenir o PDAC associado à obesidade em camundongos.

A comparação de citocinas circulantes associadas à inflamação em indivíduos (sobrepeso e obesos) antes e depois de uma intervenção de atividade física revelou que a AF reduziu as citocinas inflamatórias sistêmicas. Camundongos com expressão de KrasG12D foram expostos a AF e/ou intervenções na dieta durante e após o início do câncer associado à obesidade.

Em camundongos com expressão de KrasG12D e obesidade induzida pela dieta, a intervenção de AF levou a menor ganho de peso, suprimiu a inflamação sistêmica, atrasou a progressão do tumor e diminuiu os sinais pró-inflamatórios no tecido adiposo. No entanto, esses benefícios não foram tão evidentes quando a obesidade precedeu a expressão de KrasG12D pancreático.

“Nosso estudo sugere que a atividade física sozinha ou combinada com perda de peso induzida pela dieta pode reduzir a inflamação e retardar o desenvolvimento ou a progressão do PDAC associado à obesidade. Intervenções no estilo de vida que previnem ou controlam a obesidade ou terapias que visam as vias moleculares relacionadas à perda de peso podem impedir a progressão do PDAC”, concluem os autores.

Referência:

Cancer Res (2024) 84 (18): 3058–3071.
https://doi.org/10.1158/0008-5472.CAN-23-1045