O burnout é prevalente entre farmacêuticos que atuam na onco-hematologia e pode afetar a segurança do paciente, como aponta estudo norte-americano publicado no JCO Oncology Practice.
Nesta análise, Golbach et al. consideraram a prevalência de burnout entre farmacêuticos que atuam na onco-hematologia no contexto americano, assim como os fatores de risco associados. Dos 3.024 farmacêuticos contatados, 614 (20,3%) responderam a uma pesquisa online e 550 (18,2%) completaram as questões do inquérito (Maslach Burnout Inventory-MBI) utilizado pelos autores.
Os dados reportados mostram que os níveis de burnout foram observados em 61,8% dos entrevistados com base no MBI, sendo que 57,9% tiveram pontuação elevada no domínio de exaustão emocional e 31,3% no domínio despersonalização.
Farmacêuticos com atuação na onco-hematologia avaliados com burnout trabalharam em média 48,6 (± 9,6) horas por semana em comparação com 44,5 (± 9,6) horas semanais para aqueles sem burnout e gastaram mais tempo em tarefas administrativas (7,5 horas v 4,3 horas semanais; todos P <0,001). Entre esses profissionais, aqueles que relataram alto esgotamento foram mais propensos a expressar a preocupação de ter cometido um grande erro de medicação nos últimos 3 meses (27,6% v 8,1%; P <0,001), assim como maior intenção de deixar seu trabalho atual dentro de 2 anos (60,3% v 19,0 %; P <0,001).
Em síntese, os pesquisadores concluem que o burnout é prevalente entre farmacêuticos de onco-hematologia e pode afetar tanto a segurança do paciente quanto a própria adequação da força de trabalho. “Fatores de risco para burnout entre farmacêuticos de onco-hematologia podem ser alvo de estratégias de prevenção para reduzir o impacto sobre os farmacêuticos e melhorar o tratamento do câncer para os pacientes”, conclui o estudo.
Referência: DOI: 10.1200/OP.21.00471 JCO Oncology Practice